1 em cada 4 brasileiros já foi diretamente afetado por uma tragédia ambiental ou conhece alguém nessa situação

Pesquisa revela que mais de 42 milhões de brasileiros acima dos 16 anos convivem com os impactos dos desastres naturais; maioria já ajudou vítimas, mas metade não sabe como agir em emergências

Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil

Uma em cada quatro pessoas no Brasil já viveu na pele ou conhece alguém que enfrentou uma tragédia ambiental. O número, alarmante, representa cerca de 42,2 milhões de brasileiros acima dos 16 anos, segundo a pesquisa inédita Pulso Solidário – os brasileiros e o voluntariado, divulgada pelo Movimento União BR e pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.

O levantamento, que escancara a dimensão humana e social dos desastres naturais no país, revela ainda que a solidariedade segue viva entre os brasileiros: 82% da população já ajudaram vítimas de tragédias, seja por meio de doações, campanhas ou trabalho voluntário. Desse total, 21% participaram ativamente como voluntários.

Apesar da solidariedade massiva, o estudo aponta contradições preocupantes. Embora o país esteja entre os mais vulneráveis a enchentes, secas, deslizamentos e outros desastres climáticos, 77% dos entrevistados nunca tomaram nenhuma medida preventiva para se preparar para uma tragédia. E, em um dado ainda mais crítico, metade da população afirma não saber onde buscar informações confiáveis em caso de emergência.

A pesquisa também mostra como as ações locais têm mais apelo entre os brasileiros. 52% preferem doar para causas em suas cidades ou regiões, enquanto apenas 28% priorizam iniciativas de caráter nacional. Isso demonstra a força das redes de apoio comunitário, mas também levanta a necessidade de articular melhor as respostas em escala nacional.

Outro destaque está na percepção sobre o papel das empresas. 74% dos entrevistados disseram confiar mais em marcas que atuam na resposta a tragédias ambientais. Esse dado reforça a importância da responsabilidade social corporativa em tempos de crise, além de indicar um caminho para o engajamento entre setor privado e ajuda humanitária.