O setor editorial brasileiro registrou um crescimento nominal de 3,7% nas vendas ao mercado em 2024, segundo o relatório da Nielsen BookData divulgado em abril de 2025. No entanto, ao se considerar a inflação do período medida pelo IPCA (4,83%), o resultado representa uma queda real de 1,1%, indicando um cenário de estabilidade com leve retração.
A pesquisa — a mais longeva da América Latina — traz um retrato abrangente do mercado editorial, com dados sobre livros impressos e digitais, além de análises por gênero, canais de venda e subsetores.
📉 Didáticos em queda; obras gerais e religiosas em alta
O desempenho foi desigual entre os subsetores. Os livros didáticos sofreram retração nominal de 5,1%, enquanto as vendas de obras gerais e religiosas cresceram 9,2% e 8,7%, respectivamente. Já o subsetor de CTP (científicos, técnicos e profissionais) teve alta discreta de 3,3%.
A produção total de livros impressos alcançou 366 milhões de exemplares, com 44 mil títulos — sendo 23% lançamentos e 77% reimpressões.
💡 Vendas e canais: livrarias e e-commerce dividem protagonismo
As vendas ao mercado (livrarias, distribuidoras e canais digitais) somaram R$ 4,19 bilhões, com 186,9 milhões de exemplares comercializados. As vendas ao governo, impulsionadas por programas como o PNLD, alcançaram R$ 2,44 bilhões e 173,7 milhões de exemplares.
As livrarias físicas e exclusivamente virtuais continuam sendo os principais canais de faturamento, com destaque para a participação crescente de marketplaces e sites próprios das editoras.
📈 Conteúdo digital cresce 21,6% e bibliotecas virtuais lideram
O mercado de livros digitais teve destaque positivo: o faturamento subiu 21,6% em termos nominais (16% reais), totalizando R$ 412 milhões. As bibliotecas virtuais foram responsáveis por 44% dessa receita, com alta de 47,6%.
O modelo de assinaturas se consolidou, e pela primeira vez os livros de ficção lideraram a receita nessa categoria, representando 54% do total.
📊 Impresso ainda domina, mas digital avança
Apesar do crescimento digital, o formato impresso continua predominante, respondendo por 91% do faturamento do setor. O digital representa 9%, mas seu avanço consistente aponta para uma transformação gradual dos hábitos de leitura e consumo editorial no país.



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