Esquerda europeia nas ruas de Paris contra "Tratado Merkozy" - Blog A CRÍTICA

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domingo, 30 de setembro de 2012

Esquerda europeia nas ruas de Paris contra "Tratado Merkozy"



Mais de 100 mil pessoas participaram na primeira manifestação da esquerda desde a eleição de Hollande, reclamando o referendo ao Tratado Orçamental, também apelidado de "Tratado Merkozy" em referência aos seus autores. O Bloco de Esquerda participou no protesto.
Jean Luc Mélechom e Francisco Louçã na manifestação da esquerda contra o "Tratado Merkozy"
“Nós precisamos de uma Europa para o emprego, de uma Europa para o respeito das pessoas, que defenda o salário e as pensões. E a devastação que tem ocorrido está a chegar a todos os países, e uma grande resposta europeia é fundamental, sobretudo para países atingidos pela Troika e por esta vertigem do desemprego, do desrespeito, do abuso, como Passos Coelho e Paulo Portas têm posto em Portugal”, afirmou Francisco Louçã à agência Lusa.
Louçã acrescentou que “a Europa tem reagido de uma forma extraordinária” na contestação à austeridade, e disse ter esperança que “chegará o dia em que Berlim se revolta contra Merkel e esta destruição da União Europeia”.
O dirigente bloquista integrou o cortejo com as eurodeputadas Alda Sousa e Marisa Matias um grupo de militantes do Bloco de Esquerda em França. A manifestação "Por uma Europa Solidária – Não ao Tratado da Austeridade" contou com mais de 100 mil pessoas no cortejo ao longo das ruas de Paris, incluindo a presença de representantes de vários partidos da esquerda europeia.
A iniciativa do protesto partiu da Front de Gauche e Jean-Luc Mélenchon, candidato às últimas presidenciais, declarou que "este é o dia em que o povo francês entra em marcha contra a política de austeridade". No manifesto que apelou ao protesto, pode ler-se que o Tratado Orçamental - que Passos Coelho e Paulo Portas aprovaram à pressa no Parlamento, tornando Portugal o primeiro país a subscrevê-lo - "encaminha toda a União Europeia numa espiral depressiva que se arrisca a generalizar a pobreza. Ele seria um recuo sem precedentes desde a II Guerra Mundial".
Para além do Parti de Gauche de Mélenchon, estiveram também presentes várias organizações políticas, associativas e sindicais de França. Como o PCF, que também integra a Front de Gauche, e cujo secretário-geral Pierre Laurent afirmou ao Le Monde que "este é um ponto de partida, que começa hoje e continuará nas próximas semanas", um movimento que dará "coragem à esquerda para fazer a guerra à finança". Olivier Besancenot, do NPA, afirmou que "já era altura da rua se fazer ouvir contra a política do governo" de François Hollande, vendo neste protesto "uma primeira etapa" de uma "unidade duradoura" da oposição de esquerda.
Também a co-presidente da Attac França, Aurélie Trouvé, manifestou-se esperançada que "o movimento social não vai ficar calado durante cinco anos". As palavras de ordem e cartazes da manifestação pronunciaram-se contra a "austeridade permanente", "não ao Tratado Merkozy", ou "Defendamos o Estado Social", numa referência ao orçamento apresentado pelo Governo sustendado pelo PS e os Verdes e que prevê cortes para garantir que o déficit não ultrapassa os 3% do PIB em 2013.

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