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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Cientistas preveem oceano Ártico sem gelo em 40 anos

O derretimento das calotas de gelo no Ártico tornou-se tão rápido e tão certo que investigadores podem prever agora com confiança quando o oceano ficará sem gelo. Artigo de Tim Radford, publicado em Climate News Network.
O derretimento das calotas de gelo no Ártico tornou-se tão rápido e tão certo que investigadores podem prever agora com confiança quando o oceano ficará sem gelo – Imagem de Wikimedia Commons
Estudiosos vêm alertando sobre um oceano Ártico sem gelo há anos. Mas Jiping Liu, cientista atmosférico da Universidade Estadual de Nova York em Albany, nos EUA, e os seus colegas foram mais longe.
Eles previram que o Oceano Ártico ficará efetivamente livre de gelo pela primeira vez no mês de setembro entre 2054 e 2058.
Mais uma vez, a previsão depende de modelos climáticos, e inevitavelmente de decisões que os governos tomarem para controlar as emissões de gases do efeito de estufa na próxima década. Mas o facto de que a equipa de cientistas pode concentrar as suas apostas num período de quatro anos é um indicador de quão rápido e inexorável o degelo ártico se tornou.
A calota polar está a diminuir em área e está a perder a sua espessura há décadas: as observações de satélite têm sido confirmadas por medições submarinas e expedições em navios quebra-gelo. Uma calota que era, historicamente, intransponível mesmo no verão, deu lugar, em cada outono durante anos, a extensões cada vez maiores de oceano aberto.
De 1979 a 2001, a calota diminuiu mais de 6% por década, e em 2011 começou a derreter duas vezes mais rapidamente. O derretimento do gelo quebrou todos os recordes anteriores em 2007, e em 2012 fê-lo novamente, atingindo um novo recorde de baixa.
Impactos generalizados e significativos
Em 16 de setembro do último ano, a calota ficou quase 49% abaixo da média de longo prazo e o gelo que ficou a flutuar no mar diminuiu para uma área de 3,4 milhões de quilómetros quadrados.
No Proceedings of the National Academy of Sciences, o Dr. Liu e os seus colegas definiram “sem gelo” como meros um milhão de quilómetros quadrados e propuseram que, se as emissões de gases do efeito de estufa ficarem num nível alto, então em algum mês de setembro entre 2054 e 2058 isso será tudo o que restará no Oceano Ártico: um milhão de quilómetros quadrados de banquisa (banco de gelo) e lama.
Isso, dizem os investigadores, teria um “impacto significativo” nos ecossistemas árticos e nas atividades marítimas, nas reações biogeoquímicas e nas condições meteorológicas extremas e no clima das latitudes altas e médias.
Em 2012, a extensão de gelo em setembro quase ficou pela metade: o que interessa aos investigadores é quando será reduzida pela metade novamente, caindo para 1,7 milhão de km quadrados. Precisamente quando isso vai acontecer depende de que modelo climático eles usam, mas deve ocorrer em algum ponto: nos anos 2060, sob um conjunto de circunstâncias, e nos anos 2040, sob outro.
E, eles apontam, com apenas 1,7 milhão de km2 nos seus modelos, o Oceano Ártico torna-se uma rota de navegação em “mar aberto” viável, com o gelo espesso e de muitos anos a ser encontrado apenas em pequenas porções do arquipélago canadiano do norte.
Artigo de Tim Radford, publicado em Climate News Network. Traduzido por Jéssica Lipinski para Instituto CarbonoBrasil

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