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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Portugal: Mais de 920 mil desempregados


O Instituto Nacional de Estatística registou uma nova subida da taxa de desemprego, no quarto trimestre deste ano, atingindo os 16,9% ou 920 mil pessoas, um novo e triste recorde da austeridade imposta pela troika e o governo de Passos Coelho.
O desemprego de muito longo prazo cresceu 33% num ano. Foto de Paulete Matos. Esquerda.net
Em relação ao trimestre anterior, o desemprego aumentou 1,1 pontos percentuais, e 2,9 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O número de desempregados mais que duplica o que existia em 2008, quando explodiu a crise financeira. Nesse ano era de 7,3%, o equivalente a 409,9 mil desempregados.
Segundo o INE, o aumento da população desempregada ocorreu essencialmente nas mulheres, na faixa etária dos 25 aos 44 anos, nas pessoas com nível de escolaridade completo correspondente ao ensino básico, à procura de um novo emprego (com origem no setor da indústria, construção, energia e água) e à procura de emprego há 12 e mais meses.
Passos insiste que desemprego vai melhorar este ano
Ouvido pelos jornalistas, o primeiro-ministro, Passos Coelho, disse que os dados do desemprego permanecem em linha com as previsões do governo, insistindo esperar que o desemprego venha ainda a atingir um pico superior para depois começar a cair ainda este ano. Passos reconheceu que a taxa de desemprego representa a situação mais grave que o governo enfrenta.
Aliás, esse discurso do governo mantém-se desde que em maio do ano passado o primeiro-ministro disse que “o desemprego não tem de ser encarado como negativo e pode ser uma oportunidade para mudar de vida”.
Dada a onda de indignação que na altura estas declarações provocaram, o governo passou a dizer que “o desemprego é uma das maiores preocupações em Portugal” (Vítor Gaspar em junho do ano passado), mas mantendo as previsões otimistas que nada tinham a ver com a realidade. Ainda nesse mês de junho de 2012, as previsões do ministro das Finanças para a taxa de desemprego no ano de 2013 eram de 16%, taxa já superada largamente, e o ano ainda está no início.
Entrada ou regresso ao mercado de trabalho cada vez mais difícil
Os dados do INE mostram ainda que a entrada ou regresso ao mercado de trabalho é cada vez mais difícil. Assim, das 923,2 mil pessoas que disseram estar à procura de trabalho no quarto trimestre do ano passado, só 211,2 mil chegou à fase de entrevista ou de prestação de algum tipo de prova de emprego (23%).
Por outro lado, menos de metade dos desempregados contactou um centro de emprego (48%). Os portugueses têm optado por outras alternativas, entre elas 754,4 mil (82%) dizem ter contactado uma agência de emprego ou diretamente um empregador; e 730,8 mil (79%) afirmam ter recorrido a pessoas conhecidas ou sindicatos.
O desemprego de muito longo prazo – mais de dois anos – cresceu 33% num ano, estando já 332 mil pessoas nessa situação.

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