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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Genocida argentino Jorge Videla morreu na prisão


Aos 87 anos, o ditador responsável pelo terror na Argentina entre 1976 e 1981 morreu na sua cela, sem nunca mostrar arrependimento pelos crimes contra a Humanidade de que foi condenado. As famílias dos mais de 30 mil desaparecidos continuam a reclamar justiça, verdade e memória.
Videla em 1978. Foto wikimedia commons

O ditador Jorge Videla foi julgado e condenado a prisão perpétua, quatro anos após o derrube da ditadura, pela prática de homicídios, tortura e sequestros. Mas em 1990 foi amnistiado pelo então presidente Carlos Ménem. 
Oito anos depois voltou a prestar contas à justiça por causa do esquema de raptos de recém-nascidos e crianças por altas figuras da ditadura e acabou por conseguir a prisão domiciliar. Um tratamento excepcional que não durou muito tempo, regressando à prisão em 2008 para passar os últimos anos de vida. Foi novamente condenado em 2010 e o último julgamento em 2012 valeu-lhe nova condenação a 50 anos de prisão.
Jorge Videla nunca expressou arrependimento nem pediu desculpa pelo genocídio praticado na sua ditadura sangrenta e até chegou a exigir uma indenização ao Estado argentino por danos morais. A extensão dos crimes da ditadura argentina nunca chegará a ser determinada com exatidão, mas as ONG e associações de familiares das vítimas, como as Mães e as Avós da Praça de Maio, calculam em redor de trinta mil pessoas cujo paradeiro é desconhecido desde a segunda metade da década de 1970. A ditadura de Videla ficou ainda marcada pelo cunho neoliberal das suas políticas, na linha do ditador chileno Augusto Pinochet, e contava igualmente com a proteção política de Washington.
"O Estado não deve festejar a sua morte, mas a justiça que foi feita"
Em reação à morte de Videla, o responsável governamental argentino dos Direitos afirmou que "o Estado não deve festejar a morte de alguém" e preferiu destacar que "tenha havido justiça" para o ditador ainda em vida nos últimos dez anos. Martín Fresneda sublinhou ainda que Jorge Rafael Videla foi "um dos responsáveis pelos principais horrores que o povo argentino já viveu" e que este é mais um dia "para refletir que esses tempos se vão acabando" no país.
"A justiça pôde julgar o principal responsável do genocídio neste país antes da sua morte, e é isso que festejo: a justiça", concluiu Fresneda. 

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