O outro lado da educação ruim no Brasil - Blog A CRÍTICA

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domingo, 16 de março de 2014

O outro lado da educação ruim no Brasil

O lado primeiro da má educação brasileira é o reflexo das irresponsabilidades administrativas dos entes estatais, mencionaria a desvalorização da carreira docente que é absurda, não há o que explicar, torna uma carreira marginal a de professor e a péssima infra-estrutura das escolas em muitas cidades.

Quero agora polemizar com o outro lado, o do sujeito, da casa-grande, do "jeitinho". 

Afastando desculpas para descumprirem os deveres para com a educação pública e  sem filiação à teoria da competição em condições de igualdade não hesitarei aqui em escrever sobre o lado a casa, embora seja possível fazer essas correlações com o fracasso individual. Enfatizo também as liberdades individuais, só que em face do Estado totalitário.

O escritor moçambicano Mia Couto proferiu um ensaio em uma Universidade de seu país intitulado "OS Sete Sapatos Sujos" (Leia aqui) onde fala da Construção do que viria a ser a primeira Universidade da Zâmbia, construída com o esforço coletivo, pedido pelo próprio presidente, para ser o motor de vida nova para as gerações seguintes. E o que ocorrera, os filhos daqueles que participaram do empenho na construção viveram em situação pior do que a anterior à universidade, e não houve guerras na Zâmbia.

No lado da casa vemos milhares de livros inutilizados em bibliotecas, outros milhares de livros didáticos rabiscados e esfarrapados como se fossem lixo; temos as salas de aula como se fossem circos para alguns "engraçados" que se sentem "da hora", incrivelmente, pelo fracasso próprio na escola. Adverto que não defendo coisas como rigidez, hierarquia, moral e cívica, muito menos uma peste de um estado "disciplinador"; quero defender que haja o compromisso com a educação na liberdade de fugir das regras e ser criativo, assim são os escritores como Jorge Amado, saiu do Direito para a literatura, o ator Mário Lago também do direito e da mesma área Ariano Suassuna, ou seja eles não foram positivados por um curso, mas foram competentes para aprender a criar.

Como este é um texto não vitimizador e já tendo falado do desprestígio nacional a docência, então, que críticas poderíamos fazer aos professores? Talvez o paternalismo de facilitar sempre facilitar, o apego desnecessário a avaliações e à mera aprovação como fins absolutos, métodos vazios.

Aos pais, daí vem o paternalismo e o apadrinhamento nacional, nada de duas horas habituais dedicadas pelos filhos para o estudo, embora tenhamos diminuído o número de crianças e adolescentes trabalhando.

Aos alunos a falta de responsabilidades e de outro lado absolutizar o status do diploma como sinal de grandeza.

Um texto assim não pode ter a pretensão de ser generalizante, é mera reflexão.

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