Pragmaticamente falando não haverá espaço para que não seja aprovada uma redução da maioridade penal no Brasil, assim como em outras nações da América Latina, o Uruguai realizará um plebiscito sobre agora; pois, é só questão de tempo, a pauta engrossa cada vez mais, o "mundo real" vai demonstrando cada vez mais adolescentes quase com uma face do mal semelhante a de um Volta seca, só que sem desculpas da morte de seus pais ou parente por injustiça, agora só resta a mãe, como levanta Manuel Castells:
"A própria vida não tem sentido e, na vida deles não há futuro. Sabem que morrerão logo, Assim, o que vale é o momento, o consumo imediato, boas roupas, boa vida, agitação, tudo isso com a satisfação de despertar o medo, de se sentirem poderosos com suas armas. Apenas um valor supremo: Suas famílias e, especialmente, suas mães por quem fariam qualquer coisa". (Manuel Castells)
Uma redução aprovada na Câmara ou no Senado Brasileiros, à meia-noite, numa sessão esvaziada, todo mundo de pé diante da tribuna e ao fim jogando papeizinhos para cima, deverá ser assim; costuma-se celebrar a lei e nem se tentar levantar os desafios que nascem daí, espetáculos, a lei aprovada é apenas o começo e não a certeza de um fim acabado; no Brasil tem disso lei, lei e mais lei pra nada.
Por exemplo, quanto mais presos neste sistema prisional, mais forte o crime organizado em rede; também levantado por Manuel Castells; uma rede internacional do crime que faz com que máfias tenham renda maior do que países.
Hannah Arendt já discutia lá pela metade do século XX também a crise do reconhecimento da autoridade na polícia fazendo com que esta descambe para o autoritarismo.
Portanto, não nos enganemos com uma mera redução de idade penal, meros rabiscos em papel, meros discursos ocos naquelas tribunas; como disse isso é inevitável que aconteça, mas sabe-se lá o significado.
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