Ao apresentar relatório final sobre a situação dos menores no Iraque, comitê da ONU revela "execuções em massa de meninos e relatos de decaptação e crucificação, além de crianças queimadas vivas".
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Comissão da ONU sobre os Direitos da Criança divulgou esta quarta-feira, em Genebra, suas observações finais sobre 12 países analisados na última sessão do grupo, incluindo o Iraque.
No documento divulgado pelo comitê, é ressaltada a preocupação com "a persistente e extrema discriminação enfrentada por meninas" no país. Segundo a Comissão, elas são expostas à violência doméstica, abuso sexual e forçadas ao casamento logo cedo.
Decaptadas
O relatório revela ainda o horror vivenciado por crianças iraquianas, vítimas de "assassinatos sistemáticos realizados pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil".
Segundo a Comissão, entre os alvos estão crianças que pertencem a minorias étnicas e religiosas, incluindo "vários casos de execução em massa de meninos, além de relatos de menores decaptados, crucificados ou de crianças queimadas vivas".
Fome
O documento cita ainda "um grande número de crianças mortas ou feridas, resultado dos conflitos atuais que envolvem ataques aéreos e operações militares das Forças de Segurança Iraquianas".
As crianças também são vítimas da explosão de minas e há casos de mortes causadas por desidratação e fome. A Comissão sobre os Direitos da Criança denuncia "o grande número de menores sequestrados pelo Isil e os traumas sofridos por aqueles que testemunharam o assassinato de seus pais".
Reintegração
O grupo, que pertence ao Conselho de Direitos Humanos, apela ao governo do Iraque para tomar todas as medidas que garantam a proteção das crianças e de suas famílias.
Outro pedido é para que os responsáveis pela violência sejam levados à Justiça, em especial aqueles "que cometeram crimes de guerra ou crimes contra a humanidade".
A Comissão quer também que sejam estabelecidas medidas para garantir que as crianças capturadas pelo Isil recebam assistência psicológica adequada, incluindo sua total reintegração à sociedade.
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