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quinta-feira, 19 de março de 2015

Cid na tribuna e o caso da república não republicana

O acontecido ontem na Câmara dos Deputados envolvendo o então Ministro da Educação, Cid Gomes, e o Parlamento, PMDB, Eduardo Cunha, mostra o padrão de republicanismo que impera em nossa República.

Luiz Rodrigues - Editor

Mesmo não sendo lá nenhum modelo republicano, Cid acerta ao escancarar ao público o mal dos que vão para o governo para segurá-lo ou mantê-lo preso em seu jogo, só uma república atabalhoada permite isso, ao mesmo tempo se é governo e não se governa. O sistema grego, ao qual já me referi em outras postagens é um modelo de governabilidade decente, se vence e com um ou dois dos sete partidos nacionais como aliado se governa ou não se governa e daí se realiza novas eleições. No programa Roda Viva da TV Cultura da última segunda-feira (16), onde, estava como entrevistado o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, este defendera o parlamentarismo, resta saber se o PMDB teria o premier ou participaria de todas as coalizões que fossem feitas, a isso ele não se referira.

Certamente, tornar o presidencialismo em parlamentarismo no Brasil seria mais uma daquelas "mudanças" alardeadas na hora do fazimento e que manteria a mesma essência; particularmente, gosto mais do parlamentarismo, mas não me enganaria com uma simples emenda à Constituição; somos uma república sem republicanos.

Pois é, um sujeito que não tem uma postura republicana, o Cid, como seu irmão Ciro, serviu para denunciar uma das aberrações da República brasileira, uma contrariedade não apenas simbólica, substancial, revelando-nos que há momentos em que  algo oposto leva ao sentido correto.

Há quem diga que na transição do Império para a República, o Imperador era republicano e o marechal líder do movimento republicano era monarquista; supõe-se que se quis foi evitar um suposto governo indireto do conde D`Eu, marido de Isabel. O fato é que como diz José Murilo de Carvalho das nossas práticas de idolatria pelo que disputa o executivo ou mais diretamente relacionado ao tema, Roberto Romano, costumamos diferenciar as pessoas que ocupam dados postos, embora seja preceito máximo da República a igualdade jurídica de todos.

Os bestializados, tivemos a República e permanecemos adequados a modelos paternais onde se negocia inserções na coisa pública através da relação pessoal em detrimento do universalismo republicano. Em poder se criou um partido-centrão que pode se movimentar para qualquer lado para conseguir cercar quem tenha adquirido o executivo e não queira comprar a briga direta.

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