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sexta-feira, 20 de março de 2015

O que não se diz sobre os gastos militares da Grécia

Artigo de Marco Antonio Moreno - El Blog Salmón
Gasto Militar Paises Otan

Embora a Grécia tenha sido forçada a implementar cortes maciços nos salários, nas pensões e nos gastos públicos, as pressões da Comissão Europeia. O Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu, a fim de evitar que os pagamentos aos fornecedores de armas atrase, está levando o país a um empobrecimento sistemático. A Grécia é a maior consumidora de armas na Europa e por décadas sua despesa militar foi a segundo maior da OTAN (atrás apenas dos Estados Unidos). Desde a crise que eclodiu em 2008, o orçamento de defesa foi reduzido de 7.5 bilhões de euros em 2009, para 5.5 bilhões de euros em 2014, quando a relação despesa militar/PIB caiu para 2,3 por cento (ver gráfico) e na Grécia, pela primeira vez, ficou em terceiro lugar em gastos militares depois dos EUA e Reino Unido. 

Antes da crise, os gastos militares da Grécia chegava a 4 por cento do PIB, e era, de longe, o mais elevado de Europa. A média dos países europeus é de 1,6 por cento do PIB, de acordo com a OTAN. Foi este gasto militares elevado,  que levou o país à falência. Com 11 milhões de habitantes, a Grécia tem um exército de 150 mil soldados e um escalonamento de 1.620 tanques, principalmente, Leopard 1 e Leopard 2, de origem alemã.

Mais tanques do que a Alemanha, França e Itália combinadas

Se a Alemanha tivesse um exército com as mesmas dimensões, com os seus 82 milhões de habitantes deveria ter 1 milhão e 400 mil soldados e cerca de 10.000 tanques. No entanto, o exército alemão tem 180 mil soldados e a quarta parte dos tanques da Grécia: 400 unidades. Ou seja, a Grécia tem mais tanques do que a Alemanha, França e Itália juntas. Isso confirma que o problema da Grécia não tem sido o desperdício público, ou de seus habitantes "viver acima das suas possibilidades". O grande problema das finanças gregas é a enorme despesa militar imposta pela OTAN para mobilizar recursos financeiros para a Alemanha e os Estados Unidos.
Nos últimos 10 anos, a Grécia importou equipamentos militares no valor de mais de 12 bilhões de Euros. Entre 2005 e 2009, o país helênico era o número 5 na lista dos maiores importadores de armas do mundo. Estas compras beneficiam principalmente as empresas da Alemanha e dos Estados Unidos. Quase 70 por cento das suas armas, a Grécia adquiriu das empresas alemãs e americanas. As alemãs ThyssenKrupp e Krauss-Maffei Wegman (KMW), fornecem submarinos e tanques de combate Leopard, enquanto a americana Lockheed Martin os caças-bombardeiros F-16, e a Boeing, os helicópteros de ataque Longbow Apache. Apesar dos cortes de austeridade e do orçamento, a Grécia continua a ser um forte consumidor da indústria de defesa, da Alemanha e dos Estados Unidos.

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