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sábado, 11 de abril de 2015

Audiência aponta soluções para seca no São Francisco

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) pretende encaminhar ao Executivo reivindicações para evitar o colapso da fruticultura irrigada do semiárido do Nordeste, que enfrenta a pior estiagem em 100 anos. A intenção foi revelada durante audiência pública realizada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) em Petrolina (PE) na sexta-feira.

Com a redução do nível do Rio São Francisco, as estações de bombeamento usadas na irrigação não conseguem captar água, o que inviabiliza os investimentos e gera apreensão no setor. O lago da reserva de Sobradinho, considerado o terceiro maior do mundo em volume de água, está com 18% da capacidade de armazenamento, o que compromete não só a geração de energia, mas a agricultura irrigada da região, que gera R$ 2 bilhões anuais na produção de frutas.

Entre as medidas sugeridas, estão a construção de mais barragens para aumentar a vazão dos rios afluentes do São Francisco; a recuperação da mata ciliar; a transposição das águas do Rio Tocantins para o rio; e a aquisição de bombas flutuantes para ajudar na captação de água.

— A redução imediata da vazão da barragem de Sobradinho de 1.000 para 900 metros cúbicos por segundo, aguardada pelos produtores e sob análise do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente [Ibama], dará mais tempo para a adoção de ações emergenciais — disse.

Hoje, o senador terá encontro com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Irrigação 

A audiência ficou lotada de autoridades estaduais, produtores e lideranças comunitárias locais, algumas das quais acusaram o governo de não ter levado adiante diversos projetos na região. O debate foi comandado pela senadora Ana Amélia (PP-RS), que preside a comissão. A senadora também defendeu o encaminhamento das medidas ao governo e a adoção de ações emergenciais e de médio e longo prazos, dada a importância da fruticultura irrigada para a Região Nordeste.

Já o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, defendeu soluções integradas para a crise do São Francisco. Ele também cobrou a substituição da “cultura da abundância, que é irreal, pela cultura do cuidado e da solidariedade com a água, para garantir a sustentabilidade dos recursos”.

O primeiro perímetro irrigado do rio foi implantado no final dos anos 1950. Hoje, Juazeiro e Petrolina representam o maior polo de irrigação do país, onde os fruticultores produzem manga, uva e coco, entre outras frutas, que abastecem o Brasil e outros mercados. 

Comissão sobre transposição de rio começa trabalhos na 4ª

A Comissão Temporária para Acompanhamento das Obras de Transposição e Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco se reunirá na quarta-feira para ser instalada e eleger o presidente e o vice-presidente, designando também o relator.

O objetivo é acompanhar todos os atos que fazem referência às obras do São Francisco. A iniciativa é uma continuação de outra comissão encerrada ao final de 2014, que, por dois anos, identificou problemas nas obras e propôs soluções para acelerar o projeto.

O relatório, apresentado por Humberto Costa (PT-PE), pontuou a contribuição do Senado na articulação entre o governo federal, os órgãos de controle e as empresas envolvidas na execução das obras. O texto destacou a necessidade de converter o aprendizado acumulado com o acompanhamento do projeto em proposições legislativas que contribuam para uma melhor aplicação dos recursos destinados a grandes investimentos do governo.

A comissão foi proposta por requerimento de Raimundo Lira (PMDB-PB). O prazo de funcionamento é de 12 meses.

A reunião acontecerá às 15h, no plenário 9 da Ala Alexandre Costa.

Artigo do Jornal do Senado

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