A temporada de chuvas no semi-árido nordestino se aproxima do final e os grandes reservatórios praticamente não modificaram os seus volumes, com isso o segundo semestre será de profundas dificuldades no abastecimento.
Por Luiz Rodrigues - Editor-chefe
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves - Açu-RN. Foto: DENOCS |
Depois de um início bastante chuvoso o mês de Abril está com céu aberto há mais de uma semana, no entanto o que já choveu desde fevereiro seria mais do que suficiente para termos acumulado água de chuva para o consumo humano até o próximo ano. Não se pode mais reclamar de seca, Celso Furtado há muito nos dizia que o problema não era a seca.
Para que as grandes barragens preencham suas capacidades é necessário chover por mais de duas semanas ininterruptamente ou senão que chova forte em períodos divididos entre os meses em que chove. Já para se acumular água de chuva em reservatórios do tipo cisternas basta um sistema simples que leve a água até este tipo de reservatório.
De acordo com o setor de monitoramento da coordenadoria Estadual do DNOCS, em 31 de dezembro de 2014, os principais reservatórios ( açudes) públicos administrados pelo DNOCS no Rio Grande do Norte apresentavam um total de água acumulada correspondente a 893.910.000m³. Quase quatro meses de período invernoso depois, hoje, o total está em 848.860.000m³, apontando um decréscimo de 45.050.000m³. O fato demonstra que, apesar das chuvas verificadas no período, os açudes não tiveram recarga e ainda perderam reserva.
Não acumulamos a água, deixamo-la escorrer pelo chão e se contaminar para depois ficarmos na incerteza e no medo do colapso.
Foto: Clara Manuella - Facebook |
A foto acima é do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES-CAICÓ) do início de Abril. O Centro ligado a UFRN alaga porque não armazena uma gota de água de chuva sequer tendo espaço suficiente para construir cisternas de grande porte.
Em suma, ainda devem ocorrer precipitações até Junho, mas muito dificilmente os açudes recuperarão seus volumes e aí não existirá mais até o início de 2016 de se captar água de chuva. Ou seja, parece que somos estranhos em terra própria.
*Com informações do portal do DNOCS
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