A casa, a rua, o crime - Blog A CRÍTICA

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segunda-feira, 25 de maio de 2015

A casa, a rua, o crime

A maioria dos sujeitos que cometem crime em qualquer parte do mundo, dadas as devidas proporções estatísticas, são homens e adultos jovens. Em números absolutos o Brasil é dos países com mais homicídios no planeta, mais de 50 mil por ano, com uma taxa para cada grupo de 100 mil habitantes de 27, também das maiores do planeta.

O Brasil é uma jovem nação que apenas inicia sua história, assim como os demais países latino-americanos e países da África figuram entre os mais homicidas do mundo. Na América apenas EUA  e Canadá não passaram pelo subdesenvolvimento e, portanto, tiveram processos social, político e econômico muito mais tranquilos do que o nosso.

No campo social uma história de fome e miséria profunda; no campo político o atronato, coronelismo, clientelismos eleitorais e corrupção sistêmica; na parte econômica subdesenvolvimento, baixos salários, ineficiência técnica, baixo empreendedorismo etc.

Dizer as origens de tanta violência sempre será impreciso, pois, quando se trabalha com o humano, complexo por natureza, não existe metafísica.

Mata-se tanto por não termos educação formal escolar adequada? Em algum sentido sim, mas já fomos muito piores neste quesito e éramos muito menos violentos, prevalecia o banditismo rual e os crimes eram mais os chamados crimes de honra, vingança etc. Não tem-se que fantasiar paraísos, o machão tinha que arrotar coragem de matar.

Hoje é o período em que a fome menos atinge a população e quando se rouba mais. Diferente do banditismo rural o criminoso típico de hoje não quer saber de justificação, ele rouba ou mata por que faz e ponto.

A parte ético-moral? A sociedade passou por uma transição nos costumes, o lar familiar, paternal, ambiente de adulação ele permanece mas diluído, muito mais para o lado negativo, já que a autoridade do pai acabou-se. A falta de organização das coisas simples da vida é profunda no Brasil, como disse coisas simples que evoluem para o que há de mais sério.

Esse problema moral não passa por um retorno, mas por uma tomada de realidade, ou seja, colocar o tempo em que estamos para as pessoas que somos.

O antigo de brasilidade com o novo da sociedade burguesa, de mídia de massas e com os problemas sócio-político-econômicos se mesclam e tornam o problema muito complexo. Todas as propostas de soluções são limitadas.

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