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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A crítica da passagem do ano

Nunca me agradara esse negócio de passagem de ano; quando criança sempre desconfie, nenhum sinal no céu, e o pior de tudo: nunca um recesso sem ano nenhum, antes de passar de um ano para outro porque não um tempo sem tempo para fazer uma lavagem; depois, com as teorias sociológicas sobre o Brasil descobri que seria uma forma de expandir os feriados. Também na infância sempre foi ruim ouvir sem querer no primeiro dia do ano o programa policial, imperdível para minha mãe e meu pai; pra quê tanto expectativa se nas primeiras horas já retorna todo discurso embrulhador de estômagos dos programas policiais? 

Mas, enfim, prevalece o ritual, e ele é bom, o tempo é o mesmo, a época a mesma, quando elas passam só perceberá quem não for da época anterior. Um grande marco nas viradas de ano no Nordeste rural era verificar a "barra do ano", uma concentração de nuvens nas primeiras horas do ano novo, se ela existir o ano vai ser bom, ou seja, vai chover muito. É um simbolismo.  Os símbolos marcam essas datas, gerando as expectativas.

Os anos são dúplices, humanos e naturais ao mesmo tempo; são humanos pela invenção dos calendários, um elemento fabulosamente humano, presente em civilizações separadas pelo tempo e pela geografia, tão diferentes e com a mesma preocupação de sistematizar o tempo; naturais pelos movimentos da terra em torno do sol, com as estações se alternado, movimento fundamental, também, para as civilizações.

Tantos anos já findaram e se iniciaram em tantos calendários diferentes, e a humanidade sonhando e elaborando na sua existência sobre a terra, sempre o incerto do acaso marcando anos e homens que também por acasos viveram naquele tempo. 

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