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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

ONU afirma que economia global vai crescer apenas 2,4% em 2015

Relatório "Situação Econômica Mundial e Perspectivas" mostra previsão modesta de melhora para 2016 e 2017; documento afirma que economia do Brasil vai retrair 2,5% neste ano e 0,8% em 2016.
O relatório destaca que a inflação global atingiu o nível mais baixo desde 2009. Foto: Unctad
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A ONU alerta que a economia mundial tropeçou em 2015 e vai crescer apenas 2,4% neste ano, 0,4% a menos do que a última previsão feita há seis meses.
O resultado consta do Relatório "Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2016", Wesp, pela sigla em inglês, divulgado esta quinta-feira. O documento foi preparado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Desa.
Brasil
Segundo a ONU, a economia global deve crescer moderadamente nos próximos dois anos: 2,9% em 2016 e 3,2% em 2017.
Já o Brasil segue na linha oposta. O Desa afirmou que a economia brasileira deve retrair 2,5% neste ano e 0,8% no ano que vem. A situação deve melhorar em 2017, quando as projeções apontam para um crescimento de 2,3%.
O documento cita que a moeda brasileira foi uma das que mais perdeu valor, o país continua "atolado" numa grave crise econômica acompanhada de inflação alta.
Ao mesmo tempo, o Desa afirma que o governo brasileiro está "apertando a política fiscal, em parte cortando subsídios para reduzir o déficit público e para restaurar o grau de investimento do país".
Com a desaceleração da economia chinesa e o fraco desempenho das economias emergentes, como Brasil e Rússia, o relatório mostra que o ponto central do crescimento global está mudando para os países em desenvolvimento.
Problemas
O Desa alerta que a economia global enfrenta cinco problemas grandes. O primeiro são as incertezas macroeconômicas, seguidas pelos baixos preços das commodities e redução do fluxo de comércio.
Os outros problemas citados pelo relatório falam sobre o aumento da volatilidade dos câmbios e do fluxo de capitais, da estagnação de investimentos e do crescimento da produção e, por último, faz referência à contínua desconexão entre financiamento e os setores reais da economia.
O documento mostra ainda que o preço das commodities caíram mais de 20% desde julho de 2014, a queda no preço do barril de petróleo foi bem maior: 59,8%. Em contrapartida, a inflação global atingiu o nível mais baixo desde 2009.
Segundo a agência da ONU, políticas monetárias e fiscais menos restritivas devem dar o impulso necessário para o crescimento econômico global. As autoridade monetárias devem realizar um esforço conjunto para reduzir as incertezas e a volatilidade financeira.
Os técnicos do Desa afirmam que "estimular um crescimento inclusivo a curto prazo e fomentar um desenvolvimento sustentável de longo prazo vai exigir mais coordenação política".
Mercado de Trabalho
O fraco crescimento da economia global está tendo um impacto nos mercados de trabalho em muitos países. O documento mostra que o desemprego está aumentando, especialmente na América do Sul, ou continua num índice alto, como na África do Sul.
Os especialistas do Desa preveem que a recuperação das economias desenvolvidas deve ganhar força em 2016, superando a marca dos 2% desde 2010.
O relatório menciona sinais positivos em relação à sustentabilidade ambiental. As emissões de energia ligadas ao dióxido de carbono não aumentaram em 2014. É a primeira vez em que isso acontece em 20 anos, com exceção de 2009 quando a economia global sofreu uma queda por causa da crise.
Mundo
O Desa prevê que a economia americana deve passar de um crescimento de 2,4% neste ano para 2,6% e 2,8% em 2016 e 2017. O Japão terá um avanço bem mais modesto junto com a União Europeia.
Entre os emergentes, a Rússia deve ver sua economia retrair bem mais que a do Brasil este ano: 3,8%. Mas a situação deve começar a melhorar no ano que vem com um crescimento nulo e uma ligeira alta de 1,2% está prevista para 2017.
A desaceleração da China significa um crescimento de 6,8% para 2015 e de 6,4% e 6,5% para os próximos dois anos. A Índia apresenta o melhor resultado, com uma previsão de avanço entre 7,2% e 7,5% entre 2015 e 2017.
A África, como um todo, deve ver sua economia crescer entre 3,7% e 4,4% nestes próximos três anos.
Segundo as previsões do Desa, o grupo que representa os países menos desenvolvidos também deve registrar um bom desempenho com avanços de 4,5% para 2015 e 5,6% para 2016 e 2017.

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