Por Marco Antonio Moreno
Os mercados de ações completaram ontem um dos piores início de ano da história bursátil com perdas generalizadas. Os índices norte-americanos acumularam uma perda semanal de pelo menos 6% em seus principais indicadores. O Dow Jones caiu 6,2%, o seletivo S&P500 5,96% e o índice composto do Nasdaq 7,3%. Com esses declínios o Dow Jones perdeu a marca de 17.000 pontos, o S&P500 de 2.000 inteiros e o Nasdaq de 5.000 unidades, três níveis, com que tinha fechado Wall Street em 2015. A primeira semana do ano foi a pior desde 2011, e é um dos piores início do ano que os mercados de ações têm sido dilacerados pelo estouro da bolha chinesa que tornou-se insustentável.
As turbulências originadas no gigante asiático e a progressiva queda nos preços do petróleo e matérias-primas estão por trás desses declínios: Os temores de incubação de uma nova crise financeira que eclodiu em 2008 estão latentes e, embora a jornada desta sexta-feira tenha se apresentado positiva no início, pouco a pouco foram caindo as expectativas e nas últimas horas se renderam ao pessimismo generalizado pela deterioração da economia global. Indicadores europeus também sofreram declínios: Bolsa de Frankfurt terminou com uma queda de -1,31%; a Paris com -1,59%, -0,70% o em Londres e Madrid em -1,66%, elevando o Ibex 35 perdeu a marca de 9.000 pontos.
Na semana, o DAX 30 de Frankfurt foi o indicador que obteve o pior resultado desde 2011, com uma queda de -8,32%, seguido do IBEX 35 que acumulou uma queda de -6,65% e o CAC francês com uma queda de -6,54 %. Foi a pior semana dos últimos 12 meses, como foi apontando para este ano do macaco. Os não eram esperadas perdas nos mercados asiáticos. O Shanghai Composite perdeu 10% na primeira semana do ano, enquanto em Hong Kong a perda foi de -6,7%.
A China enfrenta uma crise financeira iminente e é isso que gerou todo o medo no mercado. Até agora, a situação se manteve moderada porque a China era o último bastião do crescimento e pra lá foram dirigidos muitos investimentos que facilitaram os bancos centrais do Ocidente com as suas taxas de juros de zero por cento. No final desta estrada descobriu-se que não haverá o crescimento esperado as perdas são inevitáveis. O panorama para 2016 é complexo e não há possibilidade de um rápido reequilíbrio do poder por enormes desequilíbrios criados no período de inchaço de bolhas especulativas. Estes desequilíbrios têm afundado a produtividade e esta hoje está com os motores desligados. A expansão econômica que geram as bolhas especulativas cedo ou tarde implodem e quando não há um crescimento real que a sustente se desencadeia um tipo de reação em cadeia tipo efeito dominó. A queda do gigante asiático será o grande tumor da economia neste 2016 que está apenas começando.
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