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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Você não é obrigado a nada...ouça quieto


Luiz Rodrigues

O "argumento" único usado quando tece-se alguma crítica ao ruído musical eletrônico vigente no Brasil; em uma parte tachado de sertanejo universitário, em outro de forró eletrônico, em sua grande maioria constituído por "letras" indigeríveis, disfarçadas por um ritmo elétrico ou dancinha sensual, que não chega à sensualidade legítima da daça do ventre, por exemplo; é que eu ou vocês não é ou não são obrigado ou obrigados a ouvir nada.

Como assim? Algo se apropria da música nacional, um patrimônio comum da nação e das civilizações, um dos mais representativos da humanidade, vemos esgotar-se a produção ou ser relegada a um quinto plano do obscurantismo a música, subvertida  pelo ronco das guitarras desafinadas e vozes uniformizadas, jamais identificáveis em guelas humanas e o único "direito" que resta é não ser obrigado a nada, e tome paredão por toda parte; ao fim, fica-nos a hipótese da mutilação auditiva?

Esse discurso da acomodação de tudo nutre uma face perversa, a rasteirice de não poder ser diferente; tem-se que ser "normal" para ser incluso entre os seletos respeitadores do "gosto" de cada um, assim, todos ouvindo Aviões são felizes respeitando essa "individualidade" que somente funciona positivamente, ou seja se não houver qualquer crítica.

Não é que a música seja ruim, é que não é música. É diferente. "Não tenho preconceito musical", dizem os apaziguadores e os algozes. E quem o pode ter? Agora, mostre-nos a música e não demonstraremos o preconceito...

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