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quinta-feira, 24 de março de 2016

CEPAL: Pobreza teria aumentado na América Latina, atingindo 175 milhões de pessoas em 2015

Desse contingente, 75 milhões seriam indivíduos vivendo em situação de indigência. Estimativas da CEPAL foram feitas com base em dados de anos anteriores. Brasil é um dos poucos Estados que registrou redução da pobreza de 2013 para 2014; no período de 2009 até o ano retrasado, queda da pobreza foi estimada em 7,9% no país.
Aumento da pobreza e da indigência na América Latina preocupa a CEPAL. Foto: Foto: ONU-Habitat / Luis Brito
Aumento da pobreza e da indigência na América Latina preocupa a CEPAL. Foto: Foto: ONU-Habitat / Luis Brito
Estimativas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) publicadas nesta terça-feira (22) indicam que a pobreza teria aumentado entre os latino-americanos, atingindo possivelmente 175 milhões de pessoas – 29,2% da população total da região. Desse contingente, 75 milhões seriam indivíduos vivendo em situação de indigência.
Para o organismo internacional, as projeções negativas exigem que países protejam avanços sociais e estejam atentos a retrocessos. Em seu Panorama Social da América Latina 2015, a CEPAL analisou dados de anos anteriores para estimar as taxas de pobreza e indigência do ano passado.
No biênio 2013-2014, a população de pobres na América Latina aumentou em cerca de 2 milhões, alcançando 168 milhões de habitantes da região, entre eles, 70 milhões de indigentes.
O Brasil, no entanto, foi uma das poucas nações latino-americanas que apresentou uma tendência contrária entre um ano e outro. No país, no Equador e na Colômbia, um total de 5 milhões de pessoas saíram da pobreza.
De acordo com os dados da CEPAL, as conquistas do Brasil datam também do período anterior ao biênio 2013-2014. De 2009 a 2014, a taxa de pobreza do país registrou uma queda de 7,9%. Na América Latina, entre 2002 e 2012, a pobreza diminuiu 15,7%.
“É urgente explorar novas fontes e mecanismos fiscais de financiamento que tornem sustentável a política social e os avanços alcançados na última década”, destacou a secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, a respeito da conjuntura atual da região.
“Se queremos alcançar o primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, que é buscar o fim da pobreza em todas as suas formas, a América Latina deve gerar mais empregos de qualidade, com direitos e proteção social, preservar o salário mínimo e proteger o gasto social, que mostra uma diminuição em seu ritmo de crescimento”, ressaltou a dirigente.

Gasto público em investimentos sociais aumentou, mas desigualdades perduram e afetam população negra e indígena

O Panorama da CEPAL chamou atenção para o aumento regional dos investimentos públicos em áreas de desenvolvimento social.
No início dos anos noventa (1991-1992), o gasto social se situava em 12,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina – em média ponderada – aumentando para 19,5% do PIB no biênio 2013-2014. O crescimento dos investimentos deve-se em primeiro lugar à expansão dos gastos com previdência e assistência social (3,5%), seguido de educação (1,9%) e saúde (1,5%).
No Brasil, a fatia do PIB dedicada aos gastos públicos sociais ultrapassou os 25% de 2013 para 2014. Índice é um dos maiores da América Latina, ficando atrás apenas das taxas registradas em Cuba.
Apesar dos avanços em políticas sociais, as sociedades latino-americanas ainda são afetadas por desigualdades significativas.
Em 2014, a renda per capita dos habitantes da América Latina pertencentes aos 10% da população com maiores rendimentos foi 14 vezes superior à das pessoas que integram os 40% da população com menores rendimentos.
Segundo o levantamento, as disparidades socioeconômicas se refletem na educação. Enquanto 80% dos jovens de 20 a 24 anos dos 20% mais ricos teriam concluído a educação secundária em 2013, somente 34% das pessoas da mesma idade dos 20% mais pobres chegaram ao final dessa etapa da aprendizagem formal.
Diferentes variáveis consideradas pela CEPAL revelam ainda que a pobreza, a distribuição injusta de renda e a precariedade afetam determinadas parcelas da população.
De acordo com a Comissão, os rendimentos médios do trabalho dos homens não indígenas nem afrodescendentes são quatro vezes maiores daqueles recebidos pelas mulheres indígenas e duas vezes maiores em relação aos das mulheres afrodescendentes.
No Brasil, a proporção de negros assalariados é 4,5% menor do que a taxa de pessoas não afrodescendentes empregadas nesse tipo de regime, segundo dados de 2013.
Já o trabalho autônomo é 4,4% mais alto entre negros do que entre a população considerada não afrodescendente. Índice de mulheres negras que trabalham como empregadas domésticas chega a 18,6%, um percentual oito pontos acima da taxa para o público feminino branco empregado nessa ocupação.

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