Na primeira vitória de George W. Bush em 2000, assim como agora em 2016 na eleição de Donald J. Trump o presidente eleito para os Estados Unidos não obteve, além da soma majoritária dos votos no colégio eleitoral, a maior votação do eleitorado americano total, sendo a 5ª vez que isso ocorre. Para os "antiamericanistas" a chance de justificar a falácia americana ao falar em liberdade.
Quando a República americana fora erguida, lá no Século XVIII, o termo democracia e sua consequente retórica política soavam com os sons da radicalidade, os fundadores da República americana eram homens de mentes regadas pelas águas da modernidade, mas não foram adeptos da democracia radical, eram também admiradores das repúblicas da antiguidade clássica, fundiram a democracia grega com a aristocracia romana para que pudesse perdurar a república maior na modernidade.
O colégio eleitoral é um equalizador aristocrático, a organização dos poderes segue o formato britânico, lá conseguido ao poucos, na América teve que ser projetado para que fosse duradouro, e foi.
Com a vitória de Trump intelectuais americanos adeptos da democracia radical apelaram sutilmente para a aristocracia democrática daquela república, no caso o Colégio Eleitoral, para que negassem o voto em Trump, uma voz chamada "populista", justamente um medo dos fundadores da República.
Um nó na história americana, o que era para dar proteção contra demagogos acabara tendo que ser continuado na sua normalidade para não afetar a tradição; por outro lado, o que poderia ser considerado radical no século XVIII, o voto direto, teria mantido o statu quo.
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