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sábado, 18 de março de 2017

Por que há ciclos econômicos?

por Marc Fortuño em El Blog Salmón

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Se se analisa a economia a longo prazo, usando a variável do PIB, verificar-se-á que não evolui de forma linear e progressiva ao longo do tempo, mas o seu movimento passa por ondas que são determinadas pelos ciclos econômicos.
Não é por acaso que a produção de bens e serviços de um país não evolui de forma constante já que influem enormes variáveis vinculadas à produção. Entre todas estas variáveis, a mais notável é o papel desempenhado pelo dinheiro e, especialmente, pelas taxas de juros, que permitem financiar os projetos de investimento e necessidades de consumo.
Nas linhas seguintes, vamos rever as quatro fases do ciclo econômico: o crescimento, a estagnação, a recessão e a recuperação. Em cada etapa, vamos ver qual o papel das taxas de juros e incentivos gerados.
Além disso, a ver a importância das taxas de juros, vamos ver o indicador "curva de rendimentos do bônus soberano", pois é um dos melhores indicadores adiantados do mundo.
Fase Auge
A fase de crescimento é produzida graças a que a autoridade monetária, tenha instalado inicialmente baixas taxas de juro de modo a gerar forte incentivo à demanda de crédito com o objetivo final de "incentivar o investimento", fazendo com que muitos projetos de investimento com juros elevado não fossem rentáveis, eles sejam rentáveis.
Na fase de boom econômico se produz um aumento do endividamento a curto prazo, a fim de financiar esses investimentos ou  projetos a longo prazo. Deforma descontraída, o banco central está começando as subidas das taxas de juro e que não representa um problema para o acesso ao crédito.
Uma das máximas para influenciar a alavancagem financeira é que a rentabilidade marginal de um projeto de investimento seja superior ao custo do financiamento, ou seja, dos juros. Nas fases de crescimento econômico o banco central reduziu as taxas de juros de modo que os diferenciais entre a rentabilidade a longo prazo e a rentabilidade de curto praz são altos e, portanto, surge o incentivo para demandar crédito.
PIB
De um ponto de vista macroeconômico, o crescimento do PIB é intenso e dado o impulso econômico, existe um aumento da procura no mercado de trabalho de forma que os níveis de desemprego tendem a diminuir durante este período. Enquanto isso, a demanda interna, incentivada pelo crédito, recupera-se fortemente para cima.
Devido ao incentivo existente das taxas de juros para as condições do mercado de crédito relaxado, os níveis gerais de alavancagem dos agentes econômicos tem que ser aumentados. Isto dá origem ao risco de formação de bolha no qual o preço atinge os níveis de avaliação irracional ativas contra ela.
A fase de estagnação
No entanto, chega um momento em que os investimentos atraentes são menores e, portanto, a rentabilidade marginal decresce. No mesmo tempo, com a ação do banco central as taxas de juros no curto prazo aumentam substancialmente, à medida que a economia atingiu níveis de superaquecimento, com subidas de inflação.
O banco central tem aumentado as taxas de juros, a fim de travar o aumento do nível de dois preços de modo que não prejudique o poder de compra dos agentes econômicos ou a rentabilidade real da execução dos investimentos.
Pelo fato de as taxas de juros em curto prazo têm vindo a aumentar e o retorno marginal sobre o investimento tem vindo a diminuir, é estrangulada a margem financeira da banca, assim que começa a produzir a crise de crédito e a economia fica estagnada.
Referindo-se aos níveis de alavancagem, a fase de estagnação se mostram as maiores quotas de alavancagem durante o ciclo econômico e, dado o aumento das taxas de juro começam a gerar algumas dificuldades para refinanciar a dívida, assim que começam os primeiros problemas de liquidez.
Na fase de estagnação se produz um equilíbrio entre as taxas de juros no curto prazo e a rentabilidade marginal de longo  prazo, ou até mesmo as taxas de juros no curto prazo são maiores que os rendimentos de diferentes projetos de investimento em longo prazo.
Fase recessão
Em termos técnicos, é definido como uma recessão quando se produz uma queda no produto interno bruto por dois trimestres consecutivos. Na fase de recessão os problemas de liquidez são notórios e aparecem problemas de solvência que levam a quebras de empresas.
Se recordamos, nas fases anteriores se tinha levado a níveis mais elevados de alavancagem financeira para financiar projetos de investimento ou comprar ativos a longo prazo, de modo que as famílias e as empresas se veem altamente endividadas e existem dificuldades para honrar seus compromissos com os credores pelo que começam os primeiros problemas de solvência e o início de falências.
vende-se
As empresas com saldos muito prejudicados veem com sua atividade econômica está se contraindo e não podem lidar com as suas obrigações, e começam a deteriorar suas contas  de resultados pela queda das receitas. Dadas as vendas mais baixas, um dos custos variáveis é a mão-de-obra de modo que se iniciam as demissões e o nível de desemprego começa a subir.
No desenvolvimento pleno da recessão os problemas de solvência se tornam falências ou  reestruturação da empresa tanto a nível pessoal como na orientação de seu modelo de negócios. As empresas liquidam os ativos de mais longo prazo e com rentabilidade marginal menor para reduzir sua alavancagem.
Todos essas liquidações têm um impacto deflacionário e por essa razão as altas taxas de juros não têm sentido e a autoridade monetária busca reduzir, em tempo, o impacto do ciclo econômico e começa a baixar as taxas de juros que durante a fase de crescimento e estagnação vinham aumentando.
Fase de recuperação
E, finalmente, temos a fase de recuperação, em que a reestruturação de empresas, na sua maioria foram realizadas, reduzindo os níveis de alavancagem, de modo que o tecido empresariam está saudável, permitindo a busca de novas oportunidades de negócios.
No o início da fase de recuperação os níveis de desemprego atingem níveis máximos, mas à medida em que eles estão desenvolvendo lentamente novos negócios, os níveis de desemprego conseguem variar a inércia e descer, levando a uma melhoria dos níveis de consumo.
Na fase de recuperação, o banco central mantém as taxas de juro muito baixas já que não existe nenhum tipo de pressão inflacionária e com o objetivo final de que, novamente, a demanda de crédito seja gerada para financiar novos investimentos, ou seja, a fase de crescimento.
Para gerar este incentivo tendem a aparecer as taxas de juro reais negativas, o que significa que, se a taxa de juros nominal deduzimos os níveis de inflação, os agentes econômicos podem tomar emprestado a taxas de juros negativas.
O papel do banco central e a curva de rendimento dos títulos
Como vimos, é impossível compreender a evolução do ciclo econômico, sem o papel ativo tomada pelo Banco Central já que ao manter o monopólio do dinheiro determina, deliberadamente, qual deve ser o nível das taxas de juros, com impacto no incentivo dos agentes econômicos, e do ciclo econômico em última instância.
Dada a manipulação monetária exercida pelos bancos centrais, podemos ver, graças aos indicadores antecedentes, como o ciclo econômico se encontra. Para ele o melhor indicador importante é a curva de rendimentos do fundo soberano em prazos diferentes.
Consideremos que em um cenário normal, as taxas de juros em curto prazo serão menores do que as taxas de juro de longo prazo. Em outras palavras, os rendimentos dos títulos 1 ano deveriam ser menores do que os rendimentos dos títulos a 10 anos, mostrando uma curva de rendimentos com uma inclinação positiva.
Este cenário de base é consistente pois ao comprometer o dinheiro em mais longo prazo, os investidores exigem um maior retorno pelo maior grau de incerteza e a eventual escalada da inflação que impacta o retorno real sobre o investimento.
Como podemos ver no gráfico a seguir, em 2003, durante a fase de crescimento, os títulos espanhóis de curvas de rendimento eram positivos, ou seja, as taxas de rendibilidade de títulos de curto prazo eram menores do que o retorno a longo prazo. Neste contexto existem incentivos para atrair dinheiro a curto prazo e investi-lo a longo prazo, gerando a expansão da economia.
títulos
Sem embargo, com as subidas das taxas de juros, a rentabilidade dos títulos a curto prazo aumenta e se mostra essa curva de rendimentos achatada própria da fase de estagnação e recessão subsequente, que começou em Espanha, no terceiro trimestre de 2008. Com esta curva de juros, a receita líquida de juros da banca é prejudicada e não há incentivos para captar dinheiro a curto prazo para investi-lo em ativos a longo prazo, resultando em uma crise de liquidez.

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