Sobre o fechamento da biblioteca Olegário Vale - Blog A CRÍTICA

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Sobre o fechamento da biblioteca Olegário Vale

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Foi noticiado pela imprensa local o fechamento das bibliotecas municipais em Caicó a partir de janeiro de 2019, segundo informou a matéria o fato dar-se-á em virtude de uma determinação do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) segundo a qual não poderão as bibliotecas funcionar sem a presença de profissionais formados na área. A Olegário Vale vem sendo administrada por professores da rede municipal há anos, a mesma foi instalada em 1919, portanto fechará no ano de seu centenário. Na entrada do prédio uma placa de cobre lista o nome dos fundadores, políticos como Olegário Vale e Janúncio da Nóbrega que possuíam visão digna de homem público  mesmo num sertão isolado como era um século atrás.

Antes de tudo é preciso que se diga tratar-se de um capricho corporativista, o CFB foi criado em 1962 e existe como autarquia, principiologicamente se assemelha a uma OAB ou a Conselhos de Medicina e está praticando uma reserva de mercado, afetando dessa maneira o funcionamento de algo que vinha ocorrendo com normalidade. A corporação nos tirará a possibilidade de acessar o acervo por achar que só sabe manter uma biblioteca quem possui um diploma em biblioteconomia, poderia, pelo menos, estabelecer um prazo para a contratação de algum.

Outra coisa é o descaso dos políticos que administram a cidade no presente comparados com os que a criaram há cem anos atrás; hoje são molambos, a maioria nunca leu um livro na vida. Alguém poderia ter se antecipado e contratado um bibliotecário mesmo sem exigência de uma corporação, mas como pensar-se nisso se desde 2009 o poder público não coloca um volume sequer no acervo, muitos livros se desmancham pelo decorrer do tempo e, o número de títulos é muito limitado, se os homens que administram a cidade não fossem tão medíocres como são faziam com quê o acervo se otimizasse e talvez fosse o caso de se criar um salão de leitura no prédio da antiga prefeitura que fica ao lado; ao lado da Biblioteca também fica a Praça do Rosário, com uma fonte sem água, um poço resolve, bancos quebrados e sujos de merda de pássaro e sem plantas ornamentais.

O grande orador romano Marcos Túlio Cícero dizia que uma casa sem livros é como um corpo sem alma, digo que uma cidade sem biblioteca é como um cemitério de mortos-vivos. Mas essa espécie de gestor que não ler nem o que assina saberá quem foi Cicerón?

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