HISTÓRIA
No Império fomos liberais
e civilistas na República
(foi a primeira o falta muito
para chegarmos à primeira?).
42. Santa Luzia,
Na Guerra fomos derrotados
e nas urnas Deus é quem sabe.
Nunca chegamos ao poder
nem o poder baixou a nós.
Ficamos, no choque de forças.
em surdina paralisada.
Mas temos castelos na Escócia.
Corrijo: nas escócias do ar.
Carlos Drummond de Andrade.
Da mesma forma que fora à prisão em abril de 2018 voltou Lula depois de 580 dias detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba: procurando dividir para resguardar o seu.
O que destruía as repúblicas da antiguidade eram os demagogos, os partidos no seu formato moderno não existiam; os demagogos, como são na essência os partidos hegemonistas da modernidade, dominava para si a opinião da multidão, com isso instaurava sua tirania. Assim como a opinião da multidão não vale um tostão, bem disse Sócrates quando propuseram que fugisse da prisão por que o povo era consigo, recusou porque preferia cumprir a lei, mesmo que esta fosse injusta e, os gregos ensinaram à humanidade o governo das leis, nunca dependa das vontades do governante ou da multidão..
O Lulismo dividiu a cena eleitoral do Brasil desde 1989, de lá para cá, sem separar em primeiros e segundos turnos, foram oito disputas presidenciais, o lulismo venceu quatro e ficou quatro na segunda posição. Rebanhismo eleitoral que gera seu próprio adversário, potencializa um opositor quando a vontade da maioria é pela derrota do personalismo. Havia apenas um personalismo e era uma ferida grave para a República, depois de 2013 surgiu outro...
Desde cedo percebemos que o bolsonarismo era uma vertente invertida do lulismo, quando atacado o personagem ou um aliado a culpa está em quem acusa e, os dois rebanhos odeiam a Rede Globo de Televisão pelo fato de a emissora carioca ser diversa, não se encaixa no hegemonismo de nenhum dos lados, é liberal na economia e desagrada os lulistas, é liberal nos costumes e desagrada aos bolsonaristas.
Quem perde é a República. Governo e Estado onde não pode haver insubstituíveis. Modelo de organização política em que o personalismo em determinada figura lhe sangra de morte. Nos Estados Unidos, depois do presidente do New Deal ganhar quatro eleições sucessivas fez a América uma das raras emendas à sua constituição de 1787 em que só permite uma única eleição na vida. Os americanos sempre foram republicanos, desde Washington houve a tradição da reeleição única, quase sempre concedida pelos eleitores, mas em que o que fora presidente sabe renunciar à primazia da cena eleitoral.
Lula não permite uma liderança nacional no PT além de si, quando não é o candidato por imposição legal é um fraquinho para que não possa ofuscá-lo. Usa a militância do PT, o único partido de fato nacional de toda a história do Brasil, partido hegemonista por natureza, sempre para satisfazer suas vontades, coloca a militância, iludida pelo demagogo, contra o próprio partido, como em 2018, quando para ser candidato da prisão impediu o partido de formar uma chapa com alianças que fatalmente teriam garantido a vitória: Jackson Wagner candidato, com o apoio de PR, PP, PSB e outros partidos.
O Bolsonarismo é bom para o lulismo, assim como o lulismo é bom para o bolsonarismo. Um rebanho alimenta o outro, nessa batalha de hegemonismo o que se inviabiliza é um centro, se não houver centro, a República que nunca foi, nos dizeres poéticos de Drummond morrerá na batalha dos personalismo raivosos.
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