A Jovem Guarda foi a primeira grande porcaria a contaminar a música brasileira. Foi quando começou a gritaria da juventude por "ídolos" da música. Música feita para jovem não presta. No presente momento já se faz música para adolescentes, e a Marília Mendonça diz que "Ninguém vai sofrer sozinho, todo mundo vai sofrer"; só não diz por causa de quê. Será pela volta da peste negra, da gripe espanhola ou algo mais na conta do aquecimento global?
No Nordeste a banda Aviões do Forró diz que "planta morre sem raiz. Na minha vida nunca vi uma planta com sua copa flutuando. Só morre o que existe como ser vivo, e não existe planta sem raiz. Quem compôs isso fatalmente come capim.
Mas voltando ao tema. Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga deixaram em forma de letras recados para a jovem guarda que ambos odiavam, principalmente Jackson, que era muito menos "político" do que Gonzaga.
Jackson considerava a jovem guarda a americanização da música brasileira, para ele, nossa música advinha, toda ela do coco. Na música chiclete com Banana percebe-se a forte ironia, um nacionalismo cultural e toda a ojeriza pelas incorporações de estrangeirismos na música nacional. Jackson queria igualdade, só coloca bebop no samba quando o Tio Sam tocar tamborim:
Chiclete Com Banana
Eu só boto bebop no meu samba
Quando Tio Sam tocar um tamborim
Quando ele pegar
No pandeiro e no zabumba.
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba.
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana.
Chiclete eu misturo com banana,
E o meu samba vai ficar assim:
Tururururururi bop-bebop-bebop
Tururururururi bop-bebop-bebop
Tururururururi bop-bebop-bebop
Eu quero ver a confusão
Tururururururi bop-bebop-bebop
Tururururururi bop-bebop-bebop
Tururururururi bop-bebop-bebop
Olha aí,o samba-rock,meu irmão
É,mas em compensação,
Eu quero ver um boogie-woogie
De pandeiro e violão.
Eu quero ver o Tio Sam
De frigideira
Numa batucada brasileira.
Composição: Almira Castilho / Gordurinha
Já pelo lado de Gonzaga vem o caso dos cabeludos. Existe, inclusive a estória que seria uma resposta a Roberto Carlos por este ter tido que não sabia quem era Luiz Gonzaga, segundo versões mais oficiais isto não é verdadeiro. De toda maneira o Xote dos Cabeludos é uma ironia com toda a moda advinda dos tempos da Jovem Guarda da TV Record de São Paulo:
Xote dos Cabeludos
Luiz Gonzaga
Atenção senhores cabeludos
Aqui vai o desabafo de um quadradão
Cabra do cabelo grande
Cinturinha de pilão
Calça justa bem cintada
Costeleta bem fechada
Salto alto, fivelão
Cabra que usa pulseira
No pescoço medalhão
Cabra com esse jeitinho
No sertão de meu padrinho
Cabra assim não tem vez não
Não tem vez não
Não tem vez não
No sertão de cabra macho
Que brigou com Lampião
Brigou com Antônio Silvino
Que enfrenta um batalhão
Amansa burro brabo
Pega cobra com a mão
Trabalha sol a sol
De noite vai pro sermão
Rezar pra Padre Ciço
Falar com Frei Damião
No sertão de gente assim
No sertão de gente assim
Composição: Luiz Gonzaga/José Clementino
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