O Auto da Compadecida no livro e na TV - Blog A CRÍTICA

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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

O Auto da Compadecida no livro e na TV



Hoje à noite (07) a Rede Globo começa a reexibir os quatro capítulos da Série O Auto da Compadecida, adaptação da peça de Ariano Suassuna feita para a TV em 1999. Nunca reprisada, ao contrário do filme, lançado em 2000, e colocado nas sessões da emissora carioca à exaustão numa versão bastante cortada; a Série, dirigida pelo pernambucano e vizinho de Ariano no Recife, Guel Arraes, não é fiel ao texto da peça O Auto da Compadecida e se constitui numa verdadeira síntese do teatro de comédia do dramaturgo paraibano morto em 2014.

A produção feita para a TV Globo é melhor do que o texto da peça de Suassuna e não é nenhum demérito para o escritor, pois, as passagens que não contam da peça original foram trazidas por Guel Arraes, certamente sob a tutela do próprio Ariano, que a assistiu antes de ir ao ar em 1999, de outras peças do teatrólogo.

A Grande diferenciação do texto original para a TV é o desenrolar do romance amoroso entre Chicó e Rosinha, a filha do Major Antônio Moraes. Rosinha não existe na peça, ali quem aparece sendo mencionado e sem nenhuma fala é o filho do Major, na passagem em que João Grilo leva o Padre João a garantir fazer a benzedura da Cachorra da Mulher do Padeiro, no livro é um cachorro. 

Rosinha tem um pouco de Marieta de  A Pena e a Lei. É desta peça, inspirada no teatro de Mamulengos do Nordeste, que foram trazidos para as telas os personagens Vicentão e Cabo Setenta e a cena em que Chicó põe, através das tramoias de João Grilo, os dois valentes para correr. N´A Pena e a Lei quem faz isso é Benedito.

Como não tem casamento de Chicó a peça acaba assim que João Grilo volta do julgamento no céu e têm os dois amigos de pagar a promessa feita à Nossa Senhora, perdendo todo o dinheiro. Na TV segue-se a passagem trazida de Shakespeare d´O Mercador de Veneza para se tirar uma tira de couro das costas como forma de cumprir o contrato, no original de Shakespeare uma libra de carne; e, tudo termina com a descoberta do dinheiro sem valor guardado dentro do cofrinho, adaptado d`O Santo e a Porca.

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