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segunda-feira, 9 de março de 2020

Bolsonaro e Trump assinam acordo de cooperação militar, especialista contesta perspectivas



Bolsonaro (sem partido) e Trump assinam acordo de desenvolvimento de projetos de defesa militar entre empresas brasileiras e americanas durante visita do presidente do Brasil aos Estados Unidos. O documento foi assinado no domingo (8). 

A negociação vem sendo estudada desde 2017 e irá possibilitar às empresas brasileiras do setor a se adequarem ao padrão americano de qualidade e a ter acesso a novos mercados. Na ocasião, foram abertas as negociações para um acordo bilateral de comércio que deve ser assinado até o final do ano.  

Em entrevista à Sputnik Brasil, o jornalista Pedro Paulo Rezende, especialista em assuntos militares e de relações internacionais, destacou que o documento, se firmado entre os dois países, dará acesso para as empresas brasileiras de recursos estadunidenses, conforme havia dito o ministro das Relações Exteriores aos senadores.

Contudo, ele não vê com grande otimismo a possibilidade de um grande impacto no mercado de defesa brasileiro, já que o dinheiro de Washington só seria liberado para projetos de interesse dos EUA. Mais do que isso: o acordo não representa qualquer garantia imediata de acesso ao mercado norte-americano de defesa.

"[O acordo] significa que algum equipamento que possa interessar aos EUA para distribuição internacional ou como forma de obter uma determinada tecnologia poderá receber financiamento do governo dos EUA. Boa parte da nossa indústria de defesa é formada por startups, ou seja, empresas muito pequenas e que tem pouco fôlego financeiro. Nesse ponto seria interessante. Agora, por outro lado, não garante acesso ao mercado dos EUA que é o maior do mundo", estimou Rezende.

A presença de tecnologia brasileira sob os olhares do mercado norte-americano também não é garantia de sucesso. O jornalista resgatou um episódio quando uma empresa estadunidense licenciada pela Embraer começou a oferecer para vários países o modelo Embraer-314, o Super Tucano. Mesmo com uma grande expectativa, os resultados ficaram aquém do esperado.

"Havia uma grande expectativa de uma encomenda enorme da Força Aérea dos EUA e, [quando] finalmente saiu a esperada encomenda, eles pediram dois aviões. Por outro lado, a gente conseguiu vender para o Iraque, para o Afeganistão, tudo via FMF [Financiamento Militar Estrangeiro, na sigla em inglês], mas tudo isso dá cerca de 100 aviões, muito longe do que se esperava. Tem alguns aviões e equipamentos que poderiam interessar aos EUA, um deles é o KC-390 da Embraer, o cargueiro militar, mas esse projeto já está pronto. Não precisa de mais pesquisa e desenvolvimento, ele está prontinho. Ele pode ser usado imediatamente", pontuou.

Informações: Portal da Tropical e Sputnik Brasil
 

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