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quinta-feira, 5 de março de 2020

Teremos um general na economia?



Luiz Rodrigues

E, de repente, Bolsonaro tornou-se um liberal, seguiu a onda que fluiu das ruas para a política nacional a partir das manifestações de 2013. O Florianista que defendia o estatismo no modelo militarista de 1964, onde se criara centenas de estatais e a economia esteve fechada à entrada de produtos estrangeiros para preservar a "nascente indústria nacional", tendo como grande referência Delfim Netto, o condutor do "milagre econômico", período no qual se construiu de dezenas de estádios de futebol no formato de coliseus a usinas hidrelétricas como a de Itaipu.

O Brasil é um país de iniciativa estatal. O que o Estado não inicia fica na imaginação de algum sonhador. Empresário brasileiro grande só investe com dinheiro público. Donos de televisão louvam o liberalismo do atual Governo, tudo em troca de publicidade estatal.

Mas, Paulo Guedes foi o "elemento liberal" da candidatura Bolsonaro. Este ainda chegou a flertar com as riquezas do solo, mas optou por se afastar da área econômica entregando tudo ao seu Posto Ipiranga, afirmando, ao longo da campanha, não entender de economia, diferente do tempo em que pregava o fuzilamento de FHC por "entregar nossas riquezas aos estrangeiros". Há poucos dias Paulo Guedes andou incorporando uma mistura de Delfim Netto com Bresser Pereira e falou até em Substituição de importações, além, claro, da fantasia das empregadas domésticas que iam à Disney.

Mas o resultado do PIB saiu nesta quarta-feira (04), crescimento pífio de apenas 1,1%, mantendo o Brasil no patamar pré-crise de 2013. Como resposta ao resultado Guedes falou que era o esperado: “À medida que as reformas vão acontecendo, e elas vão ser implementadas, o Brasil vai reacelerando, então, está tudo dentro do previsto. Eu nem entendi essa comoção toda: ‘Ah, 1,1%’. O que que eles esperavam? Era 1% que nós tínhamos dito que ia crescer no primeiro ano. No segundo ano, a gente acha que é acima de 2% prosseguindo com as reformas”.

E se o crescimento não vier e o Presidente Bolsonaro resolver trocar o titular da pasta da economia, sempre disse não ter alternativa a Paulo Guedes? No Governo Bolsonaro sempre que abre uma vaga chama-se um militar, até pelo florianismo do presidente, em que civis são inferiores. Será que teremos um General à frente da economia e, será que Bolsonaro deixará seu "liberalismo" e retornará ao originário desenvolvimentismo estatista-militarista?

Apesar de não sabermos o que possa ocorrer, o nacional-militarismo está enraizado na mente e no coração do presidente Bolsonaro. Deixou os militares de fora da reforma da previdência e, mais recentemente, liberou uma verba de R$ 7,6 bilhões à EMGEPRON para a Marinha construir quatro corvetas, uma verba com previsão para ser liberada ao longo dos próximos anos pelo próprio Governo saiu toda de uma vez. Além disso, o presidente Bolsonaro proibiu que o orçamento para o Ministério da Defesa (MD) seja contingenciado em 2020.

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