Painel Político - Rafael Tadeu de Oliveira Santos, conhecido como Suzy virou notícia nacional ao ser abraçada pelo médico Dráuzio Varella, em programa exibido pelo Fantástico no último dia 1, em reportagem sobre as dificuldades dos trans em presídios brasileiros. Na matéria, Suzy disse não receber nenhum abraço ou qualquer tipo de afeto há 8 anos. Sensibilizado, o médico lhe deu um abraço.
Porém, no último domingo, 8, o processo veio à público. Suzy foi condenada a 36 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado. A sentença do Tribunal do Juri foi confirmada pela segunda instância da Justiça de SP e transitou em julgado em 2014.
O crime foi cometido em maio de 2010 e a vítima tinha 9 anos na época dos fatos.
Segundo o processo, Suzy matou o garoto “mediante meio cruel, consistente em asfixia, e se valendo de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, haja vista tratar-se de criança, com mínima capacidade de resistência”.
Suzy e Fábio eram vizinhos no bairro União de Vila Nova, em São Paulo, sendo que o menino passava a maior parte do dia sozinho em casa, pois os pais trabalhavam e só retornavam ao final do dia. Foi então que, no mês de maio de 2010, de forma premeditada, Suzy utilizou a desculpa de carregar um monitor de televisão para atrair o menor até o interior de sua residência, onde forçou o menino a praticar sexo oral e anal, matando-o em seguida. CLIQUE AQUI para baixar a íntegra da sentença:
Após dois dias com o corpo em sua residência, em razão da putrefação do cadáver, Suzy optou por abandonar o corpo quase em frente a casa da mãe de Fábio e, de forma absolutamente covarde, foi responsável por alertá-la sobre a existência de restos mortais no local, bem como ainda entrou em contato com o pai da criança para comunicá-lo acerca do falecimento do filho. Foi a própria tia de Suzy que depôs contra ela, afirmando em juízo que, antes mesmo de matar Fábio, “ele foi acusado de estar abusando de uma criança de três anos” e que “tentou estuprar o sobrinho de cinco anos”.
A Rede Globo se manifestou em nota:
Os crimes das entrevistadas não foram mencionados, porque este não era o objetivo. Foi divulgada uma estatística geral do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos sobre as presidiárias trans, mostrando que 38,5% estão presas por roubo, 34,6% por tráfico, 15,4% por furto, 7,7% por homicídio e 3,8% por associação para o tráfico.
O quadro gerou muita empatia no público, mas também críticas exatamente por não mencionar os crimes. Sobre as críticas, o doutor Drauzio Varella divulgou a seguinte nota, que o Fantástico apoia integralmente:
“Há trinta anos, cuido da saúde de criminosos condenados. Por razões éticas, não busco saber o que de errado fizeram. Sigo essa atitude para cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. E para não cair na tentação de traí-lo, atendendo apenas aqueles que cometeram crimes leves. No quadro do fantástico, segui os mesmos princípios. Sou médico, não juiz”.



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