A cerimônia de entrega do Prêmio Camões ao cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, prevista para dia 25 de Abril, em Lisboa, foi adiada devido à pandemia de covid-19. A entrega será remarcada para “data a definir”.
A entrega deste Prêmio Camões tem sido atribulada, pois já antes disto, em outubro do ano passado, cinco meses depois de ser conhecido o vencedor, o atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deixou claro que poderia não assinar o diploma de atribuição do prêmio.
Na altura, Bolsonaro avisou, citado pelo jornal Folha de São Paulo, que não tinha essa assinatura entre as suas prioridades, atirando-a para o termo de um eventual segundo mandato, em 31 de dezembro de 2026: “Até 31 de dezembro de 2026, eu assino”.
Em resposta, Chico Buarque publicou na sua conta no Instagram: “A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prêmio Camões”.
Chico Buarque, opositor à ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, tem percurso de mais de meio século nas letras e na música. Em várias ocasiões se manifestou contra o governo de Jair Bolsonaro, conhecido pelas suas posições de extrema-direita.
O valor total do prêmio Camões é de 100 mil euros, divididos entre Brasil e Portugal. A parte financeira foi resolvida em junho, e a assinatura do diploma é apenas uma formalidade, mas o documento poderá chegar às mãos do músico sem a assinatura do presidente do Brasil.
Chico Buarque foi anunciado vencedor do Prémio Camões 2019 no dia 21 de maio do ano passado, após reunião do júri, na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.
Para o júri do Prêmio Camões, a maior distinção literária de língua portuguesa, a escolha de Chico Buarque deve-se à sua “contribuição para a formação cultural de diferentes gerações”, e o “caráter multifacetado” do seu trabalho, da poesia, ao teatro e ao romance, estabelecendo-se como “referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo”.



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