Cientistas da Universidade de Göttingen calculam haver dezenas de milhões de infecções não detectadas em todo o planeta. No Brasil, menos de 1% dos casos teria sido computado, e país somaria mais de 600 mil infectados
Dezenas de milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus podem estar de fora das estatísticas das autoridades, indica um estudo da Universidade de Göttingen, na Alemanha, divulgado nesta terça-feira (07/04).
Os cientistas responsáveis pelo estudo, Christian Bommer e Sebastian Vollmer, calculam que apenas 6% das infecções foram detectadas em todo o mundo. No Brasil, o percentual seria de apenas 0,95%.
Isso ajudaria a explicar, ao menos em parte, por que a taxa de mortalidade do vírus varia tanto de um país para o outro.
Outro dado que varia muito entre os países é o tempo que decorre entre a detecção da infecção e a morte do paciente, apesar de todos os pacientes terem sido infectados pelo mesmo vírus, o Sars-Cov-2.
Testes insuficientes podem explicar por que a Itália e a Espanha têm taxas de mortalidade muito maiores do que a Alemanha. Os cientistas estimaram que a Alemanha detectou 15,6% das infecções, enquanto a Itália detectou apenas 3,5%, e a Espanha, 1,7%.
Segundo eles, as taxas de detecção são ainda menores nos EUA (1,6%) e no Reino Unido (1,2%). Todos os percentuais se referem à situação em 31 de março.
Os cientistas calcularam que o número real de infecções na Alemanha é de 460 mil. Nos Estados Unidos, o total seria superior a 11 milhões. A Itália teria 3 milhões de infectados, a Espanha, mais de 5 milhões, e o Reino Unido, cerca de 2 milhões.
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