O relatório semestral do Escritório do Economista Chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe intitulado "A Economia nos Tempos da COVID-19” publicado neste domingo (12) prevê que o Produto Interno Bruto da América Latina e Caribe (excluindo Venezuela) deverá diminuir 4.6% em 2020. Para 2021, é esperado um retorno ao crescimento de 2.6%.
De acordo com o documento, a pandemia de Coronavírus está contribuído para um grande choque do lado da oferta. A demanda da China e dos países do G7 deverá cair drasticamente, afetando os exportadores de matérias-primas da América do Sul e os exportadores de serviços e bens manufaturados da América Central e Caribe. O colapso do turismo terá impacto severo em alguns países do Caribe.
O relatório aponta que muitos países da América Latina e Caribe estão enfrentando a crise com um espaço fiscal limitado. Segundo a análise, níveis mais elevados de informalidade no mercado de trabalho tornam mais difícil que os sistemas de proteção social atinjam todas as famílias e se protejam todas as fontes de emprego.
Muitas famílias vivem "da mão para a boca" e não dispõem de recursos para suportar os bloqueios e quarentenas necessários para conter a propagação da pandemia. Muitos também dependem de remessas internacionais, que estão em colapso. Por isso a necessidade de aumentar e estender os programas de assistência social, afirma um comunicado à imprensa publicado pelo Banco.
O banco sentencia que os governos terão que arcar com grande parte do prejuízo e sugere que socializar esse prejuízo pode exigir a aquisição de participação em instituições do setor financeiro e empregadores estratégicos por meio de recapitalização. Esse apoio será essencial para preservar os empregos e possibilitar a recuperação.
“Os governos da América Latina e do Caribe enfrentam o enorme desafio de proteger vidas e ao mesmo tempo limitar o impacto das consequências econômicas,” disse Martin Rama, Economista-Chefe do Banco Mundial para a região da América Latina e Caribe. "Isso exigirá políticas coerentes e direcionadas em uma escala raramente vista antes".
A publicação afirma ainda que para ajudar os vulneráveis a enfrentar a perda de renda motivada pelo lockdown (fechamento das lojas e empresas não essenciais), os programas atuais de proteção e assistência social devem ser rapidamente ampliados e ter sua cobertura estendida
Ao mesmo tempo, os governos devem considerar apoiar as instituições do setor financeiro e as principais fontes de emprego.
“Precisamos ajudar as pessoas a enfrentar esses enormes desafios e garantir que os mercados financeiros e os empregadores sobrevivam à tempestade," afirmou Humberto López, Vice-Presidente Interino do Banco Mundial para a região da América Latina e Caribe. “Para tal, é preciso limitar os danos e lançar as bases para a recuperação o mais rapidamente possível.”
O estudo demonstra que mesmo antes do impacto econômico causado pela Covid-19 a economia da região já não vinha muito bem, segundo o comunicado a imprensa do Banco Mundial, "diversos choques afetaram a taxa de crescimento econômico da ALC no ano passado, começando com as convulsões sociais, seguidas pelo colapso dos preços internacionais do petróleo e, agora, a crise da COVID-19 (Coronavírus). Tudo isso prejudicou o crescimento".
Para o Brasil, o relatório prevê um tombo ainda maior, a projeção é que a queda do PIB brasileiro atinja 5%.



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