Instituição defende que a crise requer uma resposta igual à dos "tempos de guerra". Primeira fase deve durar pelo menos um ou dois trimestres.
por Paulo Ribeiro Pinto - Dinheiro Vivo
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que os apoios públicos para combater a pandemia de covid-19 devem manter-se o tempo que durar a atual crise e que as medidas devem ser semelhantes às tomadas durante os “tempos de guerra”.
“Uma maior intervenção do setor público é justificada pela emergência enquanto persistirem as atuais circunstâncias excepcionais, mas deve ser transparente e com cláusulas claras de caducidade”, ou seja, os apoios do Estado devem ter objetivos e um calendário para se manterem bem definidos.
Numa análise publicada esta quarta-feira no blog do FMI, os economistas Giovanni Dell’Ariccia, Paolo Mauro, Antonio Spilimbergo e Jeromin Zettelmeyer começam por afirmar que “a pandemia de covid-19 é uma crise como nenhuma outra. Parece uma guerra e em muitos sentidos é”, para de seguida elencarem um conjunto de medidas que os países devem adotar como se estivessem, de facto, “em tempos de guerra”.
Um combate em duas fases
Os economistas da instituição sediada em Washington propõe uma abordagem em duas fases. A primeira relacionada com salvar vidas, com “medidas de mitigação, restringindo de forma severa a atividade econômica”, podendo durar “pelo menos um ou dois trimestres”, preveem.
A segunda fase passa pela “recuperação do pós-guerra”, em que a pandemia estará controlada através de vacinas, imunidade de grupo e medidas de isolamento mais leves, com a economia a regressar “aos níveis normais de funcionamento”.
Os técnicos do FMI defendem três áreas de atuação política: “assegurar o funcionamento de setores essenciais”, “garantir recursos suficientes às famílias” (baixas por doença e subsídios) e “prevenir uma excessiva perturbação econômica” (linhas de crédito e apoios salariais).
“As políticas de apoio às famílias, às empresas e ao setor financeiro envolverão uma combinação de medidas de liquidez (concessão de crédito, moratórias) e medidas de solvência (transferência de recursos)”, concluem os economistas.



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