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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Meirelles defende “impressão de dinheiro” para conter crise do coronavírus

Meirelles: “não há risco nenhum de inflação nessa situação”.



Bruno Lugarini - Webitcoin

Nesta quarta-feira (8), Henrique Meirelles, secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, afirmou que está na hora do governo federal começar a “imprimir dinheiro” para recompor a economia durante a crise causada pelo novo coronavírus.

Em entrevista a BBC News Brasil, Meirelles afirmou que a retração da economia será brutal e que, por isso, não existe risco de inflação caso o Banco Central “imprima dinheiro”.

“O Banco Central tem grande espaço de expandir a base monetária, ou seja, imprimir dinheiro, na linguagem mais popular, e, com isso, recompor a economia. Não há risco nenhum de inflação nessa situação”, disse.

Apesar de ser um defensor do controle de gastos públicos, Henrique Meirelles diz que a quarentena não vai funcionar se as pessoas ficarem no dilema entre permanecer em casa e não comer. “Precisamos fazer chegar dinheiro para as pessoas”.

Ainda em entrevista a BBC quando perguntado sobre o aumento da dívida pública Meirelles respondeu:

“Olha, dos males o menor. Qual é a alternativa [ao aumento de dívida]? A alternativa é um colapso econômico, que é pior, porque aí nós teremos aumentos posteriores da dívida. Porque aí inclusive o PIB cai, e a dívida como percentual do PIB já aumenta matematicamente. Fora a questão do desemprego e da capacidade da economia de gerar emprego e renda no futuro e evidentemente a arrecadação pública.”

Quem anda falando no mesmo tom de Meirelles é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que disse na semana passada que o Parlamento está à disposição para mudar leis que emperram soluções para o governo, mas ressaltou que tudo depende da iniciativa e agilidade do Executivo, algo que, no seu entender, ainda não ocorreu.

Em assembléia on-line Maia disse:

“Liberais ficam constrangidos em gastar, mas estamos em momento de guerra”, frisou, referindo-se à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Para Maia, talvez tenha faltado ao Brasil um grande pacote nos moldes do que fez o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Federal Reserve (FED), o banco central americano, está imprimindo trilhões de dólares

Somente o FED está estimulando a economia americana com US $ 6,2 trilhões, e o presidente Donald Trump está apoiando essa medida abertamente:

“O lindo do nosso país é que podemos lidar com isso facilmente por causa de quem somos, do que somos. É o nosso dinheiro; é a nossa moeda “.


Além dessa impressão de dinheiro que chega a trilhões de novos dólares no mercado, o FED ainda reduziu suas taxas de juros. Essa foi a primeira vez que o Federal Reserve reduziu as taxas de juros em meio ponto percentual desde a crise financeira de 2008.

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