As causas não determinam o caráter da pessoa, mas apenas a manifestação desse caráter, ou seja, as ações. (Schopenhauer)
Depois dos governos fracassados de Dilma Rousseff o Brasil optou pela amplificação do erro ao invés de corrigi-lo. Não tendo tido bom histórico de escolha de seus presidentes desde que surgiram as eleições de massa em 1945, o primeiro eleito desde então, Eurico Gaspar Dutra, fora eleito depois de Getúlio escrever um simples bilhete: "votai no Dutra", e o carisma do Brigadeiro Eduardo Gomes foi pro brejo, elegia-se o carrancudo Dutra.
Assim como Dutra, Dilma, foi o tal do poste, personalidade sem força política própria elege-se por que outra personalidade, não podendo ser candidato, pede para que seus eleitores o eleja. O apoio político é válido, o voto em poste é suicídio.
Mas, se Dilma foi um erro da nação, 2018 era a hora de corrigí-lo. Buscar um candidato moderado, de centro e partidário das premissas elementares da economia livre. No entanto, o Brasil partiu de um poste, para um extremista que passara a vida medíocre a fazer apologia de ditaduras e de ditadores. Além disso, colocou num segundo turno uma nova versão de mais um poste do Lula, depois de o líder do PT dar tudo por sua sua imagem em detrimento da nação, lançando uma candidatura impossível e impedindo qualquer tentativa de escolha democrática de candidato dentro do Partido dos Trabalhadores; e, um famigerado fascista, que constituiu mais um rebanho fanático na sociedade brasileira para importunar a vida da Constituição.
Cada vez mais acuado, a personalidade autoritária de Bolsonaro vai desmentindo as farsas que procurara montar dentro de sua estratégia de promover a mídia como inimigo.
Neste domingo (19), o chefete realizou um discurso para uma multidão de manifestantes em Brasília. Os manifestantes participavam de protesto em formato de carreata em apoio a Bolsonaro e contra as medidas de isolamento aplicadas por governos estaduais para tentar conter a pandemia da COVID-19. Diversos manifestantes também carregavam faixas pedindo intervenção militar no Brasil.
O encontro do presidente com os manifestantes aconteceu em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. O lugar do discurso é simbólico, Bolsonaro tenta atrair as forças armadas para seu intento golpista. Parte do discurso foi divulgada em vídeo pelo próprio presidente em suas redes sociais.
"Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente", disse o presidente aos manifestantes.
Em seguida, Bolsonaro emendou:
"Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder".
O "povo no poder", quando se trata de palavras vindas de uma mente criminosa e diante de um plateia golpista, significa expressamente o sonho de Bolsonaro pela ditadura, seu grande objetivo de assumir o poder arbitrário sem judiciário e sem parlamento. O chefe do poder central é um grande inimigo da pátria, um traidor, que procura atrair para si a tirania do poder arbitrário, sobrepondo-se ao Estado de Direito.


Nenhum comentário:
Postar um comentário