Segundo os especialistas do JPMorgan, Estados Unidos precisa lançar seu dólar digital para não ficar para trás na economia global
A adoção de moedas digitais pode minar as posições de liderança do dólar no sistema financeiro global, de acordo com analistas do JPMorgan. Os especialistas de um dos maiores bancos do mundo dizem que os EUA precisam prestar atenção às tendências das moedas digitais dos bancos centrais (CBDC), caso contrário eles podem perder uma das ferramentas mais poderosas de influência geopolítica.
Não há país com mais a perder com o potencial disruptivo da moeda digital do que os Estados Unidos. Isso gira principalmente em torno da hegemonia do dólar americano. A emissão da moeda de reserva global e o meio de troca para o comércio internacional de mercadorias, bens e serviços trazem imensas vantagens, comentaram analistas citados pela Bloomberg.
O dólar não perderá seu status de moeda de reserva global da noite para o dia, acrescentaram os especialistas. Entretanto, em alguns aspectos, o domínio do dólar já enfraqueceu. Notavelmente, alguns países podem querer reduzir o papel do sistema global de pagamentos SWIFT no comércio global. Os pesquisadores apontaram que o SWIFT suspendeu o acesso a alguns bancos iranianos em 2018 e, portanto, se tornou o instrumento principal para os EUA cumprirem seus objetivos em sanções.
Se os países encontrarem uma maneira de contornar o sistema SWIFT, o papel do dólar no sistema global diminuirá. Enquanto isso, as soluções transfronteiriças baseadas em moedas digitais podem servir a esse propósito.
Segundo especialistas do JPMorgan, os EUA devem investir tempo e dinheiro na criação do dólar digital para proteger seu poder na economia global.
Oferecer uma solução de pagamento transfronteiriço construída sobre um dólar digital seria, especialmente se projetado para ser minimamente prejudicial à estrutura do sistema financeiro doméstico, um investimento muito modesto para proteger um meio essencial de projetar poder na economia global.
De acordo com a recente pesquisa realizada pelo Banco Mundial, mais de 80% dos bancos centrais consideram o desenvolvimento de CBDC. Alguns deles, incluindo o Banco da China, estão na fase final de lançamento do sistema.
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