A festa de Sant’Ana de Caicó acontece anualmente sempre a partir da quinta-feira que antecede o dia 26 de julho, dia de Sant’Ana no calendário litúrgico, e se encerra com uma grande procissão no domingo subseqüente, totalizando 10 dias de comemorações.
O início dos festejos tem sua data inicial associada à instalação da freguesia, em 1748. Ao longo destes mais de 270 anos, a festa de Sant’Ana de Caicó teve diversas composições cerimoniais. Não existem muitos registros que indiquem como a festa acontecia, mas acredita-se que a fundação da Irmandade de Sant’ Ana, em 1754, além de ter assumido a sustentação econômica da festa, tenha também conferido maior solenidade ao evento, passando, em 1777, a ser regulamentada por normas de conduta.
Neste ano, devido ao isolamento imposto pela pandemia causada pelo novo coronavírus, a celebração ocorre de forma virtual. Na impossibilidade de haver povo na rua a igreja realiza a festa sob o lema de cada lar tornar-se uma catedral.
CAVALARIA DA PM PRESTA HOMENAGEM À CAVALGADA DE SANT’ANA EM CAICÓ
A Polícia Militar do RN, por meio do Regimento de Polícia Montada – RPMON (Cavalaria da PM), prestou uma homenagem a padroeira do município de Caicó.
Das 8h às 9h da manhã deste domingo (26), os policiais cavalgaram da sede da cavalaria até a Catedral de Sant’Ana. O trajeto simbolizou a tradicional “Cavalgada de Sant’Ana”, que aconteceria nesta data, porém, foi cancelada diante da atual situação em que o país se encontra, no combate a pandemia do COVID-19.
Na ocasião, o Maestro Totó Medeiros também foi a Catedral prestar sua homenagem, onde tocou de saxofone o Hino de Sant’Ana, em nome de todos que fazem a Banda de Música Recreio Caicoense.
Em referência aos gestos do maestro e da Cavalaria da PM, a poetisa Constância Uchôa versificou o simbolismo impregnado nessas homenagens no poema que segue. Confira:
E ainda era sembrol
O santo hino se ouvia
Anunciando que o sol
Tinha dona nesse dia;
Senhora Santana ria
Da igreja achando bom,
Meu filho, esse seu dom
Agora me emocionou,
O maestro quem tocou
Mas o céu mandou o tom.
Pelos lares esse som
Acalmou sendo poesia
Um misto de sentimento
De amor e de nostalgia,
Mas a nossa tradição
Vai percorrer geração
O vídeo quem historia.
No dia em que a pandemia
Não disse para que veio
O filho de Dalvaci
Fez a gente ser Recreio,
E na melodia lenta
A nossa fé amamenta
Feito criança no seio.
O sino saiu do meio
Tamanha a eloquência
Tinha banda no maestro
E um pássaro na sequência:
Nunca mais eu canto só
Chamo o maestro Totó
Pra soar resiliência.
E por mais que a ciência
Não saiba qual é a cura
Ela não mostra também
Tudo que a gente procura;
Como explicar tanta graça?
Por onde a tristeza passa
Nossa fé é quem costura!
Doce Clemente criatura,
“Terno afeto de Jesus”,
Rainha desse teu povo,
Ajuda com esta cruz;
Oh vovó, tão complacente
Sara o nosso doente
Nos ampara, sempre luz!
Ilumina nosso SUS,
Percorre por nossos lares,
Profissionais da saúde,
Também nossos militares,
Com a força da Brigada
Saíram em cavalgada
Eram todos seus altares.
Quem perdeu familiares
Consola, Senhora Nossa,
Mas que daqui para frente
Na mansão e na palhoça
Não tenha mais essa dor
Que o assunto seja o amor
E tudo mais que ele possa.
O amor é uma carroça
Nos tornando menos rudes
Que as águas de tua bênção
Encham os nossos açudes,
E a represa do perdão
Se encha de compaixão
Para sangrar de virtudes.
(Constância Uchôa)
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