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domingo, 26 de julho de 2020

A notícia versificada por Constância Uchôa - (o maestro trouxe o sol para este dia)

A festa de Sant’Ana de Caicó acontece anualmente sempre a partir da quinta-feira que antecede o dia 26 de julho, dia de Sant’Ana no calendário litúrgico, e se encerra com uma grande procissão no domingo subseqüente, totalizando 10 dias de comemorações.

O início dos festejos tem sua data inicial associada à instalação da freguesia, em 1748. Ao longo destes mais de 270 anos, a festa de Sant’Ana de Caicó teve diversas composições cerimoniais. Não existem muitos registros que indiquem como a festa acontecia, mas acredita-se que a fundação da Irmandade de Sant’ Ana, em 1754, além de ter assumido a sustentação econômica da festa, tenha também conferido maior solenidade ao evento, passando, em 1777, a ser regulamentada por normas de conduta.

Neste ano, devido ao isolamento imposto pela pandemia causada pelo novo coronavírus, a celebração ocorre de forma virtual. Na impossibilidade de haver povo na rua a igreja realiza a festa sob o lema de cada lar tornar-se uma catedral.

 
CAVALARIA DA PM PRESTA HOMENAGEM À CAVALGADA DE SANT’ANA EM CAICÓ 
A Polícia Militar do RN, por meio do Regimento de Polícia Montada – RPMON (Cavalaria da PM), prestou uma homenagem a padroeira do município de Caicó. 
Das 8h às 9h da manhã deste domingo (26), os policiais cavalgaram da sede da cavalaria até a Catedral de Sant’Ana. O trajeto simbolizou a tradicional “Cavalgada de Sant’Ana”, que aconteceria nesta data, porém, foi cancelada diante da atual situação em que o país se encontra, no combate a pandemia do COVID-19. 
Na ocasião, o Maestro Totó Medeiros também foi a Catedral prestar sua homenagem, onde tocou de saxofone o Hino de Sant’Ana, em nome de todos que fazem a Banda de Música Recreio Caicoense. 


Em referência aos gestos do maestro e da Cavalaria da PM, a poetisa Constância Uchôa versificou o simbolismo impregnado nessas homenagens no poema que segue. Confira:



O maestro trouxe o sol para este dia

E ainda era sembrol
O santo hino se ouvia 
Anunciando que o sol 
Tinha dona nesse dia; 
Senhora Santana ria
Da igreja achando bom,  
Meu filho, esse seu dom 
Agora me emocionou,  
O maestro quem tocou 
Mas o céu mandou o tom.

Pelos lares esse som 
Acalmou sendo poesia 
Um misto de sentimento 
De amor e de nostalgia,  
Mas a nossa tradição 
Vai percorrer geração 
O vídeo quem historia. 

No dia em que a pandemia 
Não disse para que veio 
O filho de Dalvaci  
Fez a gente ser Recreio, 
E na melodia lenta 
A nossa fé amamenta  
Feito criança no seio. 

O sino saiu do meio 
Tamanha a eloquência 
Tinha banda no maestro 
E um pássaro na sequência:
Nunca mais eu canto só
Chamo o maestro Totó 
Pra soar resiliência. 

E por mais que a ciência 
Não saiba qual é a cura 
Ela não mostra também 
Tudo que a gente procura; 
Como explicar tanta graça?
Por onde a tristeza passa
Nossa fé é quem costura! 

Doce Clemente criatura, 
“Terno afeto de Jesus”,
Rainha desse teu povo,
Ajuda com esta cruz;
Oh vovó, tão complacente 
Sara o nosso doente 
Nos ampara, sempre luz! 

Ilumina nosso SUS, 
Percorre por nossos lares, 
Profissionais da saúde, 
Também nossos militares, 
Com a força da Brigada 
Saíram em cavalgada 
Eram todos seus altares. 

Quem perdeu familiares 
Consola, Senhora Nossa, 
Mas que daqui para frente 
Na mansão e na palhoça 
Não tenha mais essa dor 
Que o assunto seja o amor 
E tudo mais que ele possa.

O amor é uma carroça 
Nos tornando menos rudes 
Que as águas de tua bênção 
Encham os nossos açudes, 
E a represa do perdão 
Se encha de compaixão 
Para sangrar de virtudes.

(Constância Uchôa)

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