Quantia foi gasta por cerca de 1,9 bilhão de consumidores; força-tarefa da ONU sobre financiamento digital dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável diz que economia online deve priorizar melhoria de vida das pessoas.
ONU News - As Nações Unidas lançaram o estudo Dinheiro do povo: aproveitando a digitalização para financiar um futuro sustentável. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, ilustra o impacto das finanças digitais na vida dos consumidores.
Os dados foram apresentados pelo chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, Achim Steiner.
Resposta
Os autores da pesquisa revelam que a pandemia gerou “uma crise social e econômica sem precedentes”, realçando o papel das finanças digitais para apoiar milhões de pessoas e empresas.
Em 2019, cerca de 1,9 bilhão de consumidores de produtos online movimentaram US$ 3,5 trilhões. Durante a pandemia, bilhões de cidadãos utilizaram ferramentas digitais para trabalhar, consumir e se sociabilizar.
Para a Força-Tarefa sobre Financiamento Digital dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, que elaborou o estudo, as pessoas precisam de informações antes de formar decisões que envolvem US$ 130 bilhões em compras diárias.
Segundo a pesquisa, todos os dias os governos gastam US$ 85 bilhões, em transações na internet, que devem “refletir como os cidadãos querem que seu dinheiro seja usado”.
Mercado
O chefe do Pnud, Achim Steiner, disse à ONU News que durante a pandemia, a popularidade das ferramentas digitais cresceu rapidamente.
Para ele, têm sido ultrapassados muitos limites e territórios desconhecidos e os governos estão explorando como nunca antes as possibilidades e oportunidades da vertente digital.
Steiner enfatizou que a Covid-19 acelerou uma série de etapas da economia digital num prazo de semanas em vez de anos. Segundo Steiner, a pandemia “permitiu aos governos ver a importância de superar limitações tradicionais, identificar e alcançar os mais vulneráveis.”
O relatório identifica cinco formas de controlar a digitalização, presente em grande parte das finanças globais. Em primeiro lugar, recomenda que o dinheiro que flui em redor do mundo precisa ser investido de forma que apoie os ODSs.
Outras recomendações sugerem que as finanças públicas sejam mais eficazes e responsáveis, e que haja uma economia com investimentos em projetos de desenvolvimento de longo prazo com ferramentas digitais.
“Verdadeira mudança”
O estudo estima que são alocados US$ 382 trilhões de ativos administrados por instituições financeiras e canalizados através do mercado e de capitais, que “devem ser guiados por preferências dos cidadãos.”
Nessa realidade do alto fluxo de finanças, “as prioridades dessas pessoas não são refletidas devido a lacunas, fraquezas e distorções nas instituições e mercados.”
Comentando o relatório, o secretário-geral da ONU António Guterres disse que tecnologias digitais, que vêm revolucionando os mercados financeiros, podem se tornar uma verdadeira mudança no cumprimento de objetivos globais.
Para ele, a Força-Tarefa sobre Financiamento Digital dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fornece liderança para aproveitar a revolução digital.”
Empregos e rendimentos
O documento realça ainda que é preciso mais financiamentos para pequenas e médias empresas, porque estas são essenciais para gerar empregos e rendimentos.
Para os entrevistados, a crise financeira global de 2008 tornou os serviços financeiros menos confiáveis. Apesar disso, a maioria das pessoas conta com os bancos para proteger seu dinheiro e dados.
A pesquisa aponta ainda que a maioria dos cidadãos desconfia da forma como os governos usam seu dinheiro.
Futuro
O documento aponta ainda que a maioria dos pesquisados disse achar que os governos servem aos interesses de uma minoria, enquanto 30% crê que o governo está a serviço de todos.
O estudo revelou que o comportamento dos cidadãos em relação aos gastos na “muitas vezes não reflete as suas preocupações” sobre questões como o futuro dos filhos, a desigualdade, o meio ambiente e o clima.
O documento lembra que no fim de tudo, os cidadãos são os proprietários dos recursos financeiros do mundo. Por isso realça haver uma “oportunidade histórica” para aproveitar a digitalização colocando-os no controle das finanças para garantir que estas atendam às suas necessidades atuais e futuras.
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