Jackson do Pandeiro - Por Constância Uchôa - Blog A CRÍTICA

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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Jackson do Pandeiro - Por Constância Uchôa



Hoje relembramos os 101 anos do nascimento de Jackson do Pandeiro, que foi juntamente com Luiz Gonzaga, os dois grandes nomes e fundadores da música da indústria cultural nordestina. Luiz Gonzaga, com o baião e o trio de forró, criou uma mistura de formas regionais, da cantoria de viola, ao xaxado e com o maracatu; Jackson, por outro lado, foi inspirado pelo coco, por isso a representatividade máxima do pandeiro, ao contrário de Gonzaga que ficou marcado pela sanfona. Jackson jurava que a música brasileira por inteiro tinha origem no coco.

Jackson do Pandeiro

José Gomes Filho
 31/8/1919 Alagoa Grande, PB
 10/7/1982 Brasília, DF
Biografia
Cantor. Compositor. Instrumentista.
Sua mãe, Glória Maria da Conceição, conhecida como Flora Mourão, era cantadora de coco, sendo uma das mais requisitadas nas festas da cidade de Alagoa Grande. Flora Mourão tocava o ganzá e cantava, acompanhada por João Feitosa, que tocava a zabumba. Desde cedo, Jackson viu e ouviu a mãe cantando cocos, ao toque de zabumba e ganzá. Jackson queria tocar sanfona, mas esse era um instrumento muito caro. Aos oito anos, vendo a mãe entristecida, pois o zabumbeiro não aparecera para a apresentação, pegou a zabumba e começou a tocar. Sua mãe lhe deu, então, de presente, um pandeiro. Aos 13 anos, seu pai faleceu e ele teve que ir com a mãe e os irmãos morar em Campina Grande, também na Paraíba. Trabalhou como engraxate, entregador de pão e fazendo pequenos serviços. Na feira de Campina Grande, nos intervalos entre um serviço e outro, se divertia ouvindo emboladores de coco e tocadores de viola. Admirador de cinema, gostava bastante dos filmes de faroeste, especialmente do ator Jack Perry. Nas brincadeiras infantis, ficou conhecido pelo apelido de Jack.
(Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira)
***
Jackson do Pandeiro

Dia 31 de agosto
2020 dancei
101 anos de quem
Fez o coco que embalei
E quem foi o rei do ritmo
Não perdeu ritmo de rei.

O chiclete misturei
Logo com uma banana
Ouvi o canto da ema
E a comadre Sebastiana
Fui forró em Limoeiro
Está vivo com pandeiro
Sua morte nem me engana.

(Constância Uchôa)

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