O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, aproveitou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspender os testes no Brasil da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, alegadamente por “evento adverso grave”, para comemorar a medida.
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria [João Doria, governador do estado de São Paulo, atual adversário de Bolsonaro] queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu Bolsonaro, sobre si mesmo, numa rede social.
Até o momento, a Anvisa não detalhou as razões da suspensão. De acordo com o diretor do Instituto Butantan, de São Paulo, que tem parceria com o Sinovac para produção da vacina no Brasil em grande escala, o “evento adverso grave”, não especificado pela Anvisa, será relativo à morte de um voluntário dos testes, de 33 anos, ocorrida no dia 29 de outubro. O instituto já divulgou nota na qual informa que a morte não resultou da vacina.
A agência reguladora vai analisar os dados observados até o momento e julgar sobre o risco/benefício da continuidade do estudo. Esse tipo de interrupção nos estudos, segundo a Anvisa, é parte dos procedimentos de Boas Práticas Clínicas para estudos desenvolvidos no Brasil.
“Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado. A Anvisa reitera que, segundo regulamentos nacionais e internacionais de Boas Práticas Clínicas, os dados sobre voluntários de pesquisas clínicas devem ser mantidos em sigilo, em conformidade com princípios de confidencialidade, dignidade humana e proteção dos participantes”, acrescentou a agência, em nota divulgada ontem.
Segundo Dimas Covas, citado pelo portal G1, da Globo, a Anvisa foi notificada de um óbito não relacionado com a vacina. Ele negou que a morte possa ser classificada como um evento adverso. “Como são mais de 10 mil voluntários neste momento, pode acontecer um óbito”, disse. “Ocorreu um óbito, que não tem relação com a vacina. Portanto, não existe nenhum motivo para interrupção do estudo clínico”, afirmou o diretor do Butantan
O laboratório chinês Sinovac Biotech manifestou-se hoje (10) confiante na segurança da sua vacina experimental contra a covid-19, apesar da suspensão de um ensaio clínico no Brasil após um “incidente grave”.
“Estamos confiantes na segurança da vacina”, diz a Sinovac em comunicado, afirmando que o incidente em questão “não está relacionado” com a vacina. Além da China e Brasil, a CoronaVac está igualmente a ser testada na Turquia, Bangladesh e Indonésia.



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