Constância Uchôa - O galo de Ariano Suassuna - Blog A CRÍTICA

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Constância Uchôa - O galo de Ariano Suassuna



A poetisa Constância Uchôa trouxe em versos um poema sobre um galo botador de ovos, lembrei-me então da passagem do Auto da Compadecida de Ariano Suassuna quando Chicó conta a mentira de que já teve um cavalo bento e João Grilo pergunta se ele quem pariu o animal:


João Grilo: Quando Você teve o Bicho? Por um acaso foi você quem pariu o cavalo, Chicó?


Chicó: Eu Não, mas do jeito que ta não me admira mais nada. No mês passado uma mulher lá pros lados da serra do Araripe, No ceará, pariu um.

 

O Auto da Compadecida, apesar das diferenças da peça para a adaptação feita pra TV, ganhou  notoriedade jamais vista por uma obra teatral no Brasil, tornando-se numa espécie de conto popular da era da TV.

Galo esperto, pra não morrer começou a botar ovos, uma esperteza digna de um João Grilo!


***


O GALO DOS OVOS NÃO GOROS


(Constância Uchôa)


Chico até botou um ovo,

Para não ser abatido; 

O fato foi repetido, 

No outro dia de novo,

Nove ovos, nove feitos,

Foram feitos sem defeitos,

Do pinto que viu crescer;

Nos ovos não tinha ouro,

E o galo esticou o couro,

Para não ter que morrer.

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