A presença do ministro das Relações Exteriores do Brasil na sessão do Senado, para dizer o que tem feito para obter mais vacinas contra a covid-19, ficou marcada por intervenções de vários senadores, de diversos quadrantes políticos, que pediram a renúncia do responsável pelo Itamaraty. Ernesto Araújo respondeu às críticas afirmando que não sairia e que tinha “consciência tranquila”.
O chanceler Ernesto Araújo, que tem vindo a defender posições políticas de extrema-direita, disse aos senadores que o Brasil mantém boa relação com China, Estados Unidos, Reino Unido e que “nenhuma questão política está impedindo importação de vacinas e insumos”.
“Tenho boa relação com chanceleres do mundo todo. Sou muito bem recebido em toda parte e isso tem se refletido em resultados e vai continuar se refletindo nessa questão da vacina”, afirmou.
O ministro usou o termo “comunavírus” para argumentar que a pandemia pode gerar uma desorganização social que, em seu entender, resultaria numa sociedade comunista.
“Nunca vi uma apresentação tão confusa. Não soube elaborar frase com sujeito, verbo, predicado. O senhor realmente cursou o Rio Branco [instituto de formação dos diplomatas brasileiros]?”, indagou ao ministro o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), autor do pedido de realização de sessão de debates com Araújo, citado pelo portal G1, da TV Globo.
“Peça para mudar. Vá para um ministério ideológico. Não fique no Ministério das Relações Exteriores. O senhor é unanimidade no Senado de rejeição e incompetência”, afirmou Simone Tebet (MDB-MS).
“O senhor não tem condições de ser ministro. Renuncie”, disse Randolfe Rodrigues (AP), líder do partido Rede.
“Pede pra sair ministro. Chega. O senhor está fazendo o Brasil perder tempo”, declarou Mara Gabrilli (PSDB-SP).
“Se fosse o senhor, pediria demissão hoje”, disse Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
“Peço um favor: renuncie a esse ministério. Em nome do país, renuncie. É esse o apelo que faço. Ministro, pelos brasileiros, renuncie”, apelou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
“Somos considerados uma ameaça global. Este governo tem nos envergonhado lá fora com todo esse descontrole da pandemia. Vossa excelência chegou ao fim. É um elemento que, em meio a uma pandemia, atrapalha o processo multilateral de enfrentamento da crise. Pega o beco e assine sua carta de demissão pelo seu bem e de todo o Brasil”, afirmou, por seu turno, o líder da minoria, Jean Paul Prates (PT-RN).
Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que o Itamaraty “precisa funcionar, deixar a ideologia de lado e negociar com todos os países” que possam aumentar o fornecimento de vacinas ao Brasil e também medicamentos para tratamento da Covid-19.



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