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quinta-feira, 24 de junho de 2021

Bolsonaro ignora denúncia sobre vacina indiana e afasta corrupção no seu Governo



O Presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que não há suspeitas de corrupção no seu Governo, quando questionado sobre alegadas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin contra a covid-19.


"Para a tristeza de alguns poucos, o Governo está completando dois anos e meio sem uma acusação sequer de corrupção. Não adianta inventar vacina, porque não recebemos uma dose sequer dessa que entrou na ordem do dia da imprensa ontem", afirmou Bolsonaro, durante uma viagem ao Rio Grande do Norte, no âmbito de uma vistoria à barragem de Oiticica.


"Não tenho de dar entrevista. Eu não tenho de responder a perguntas de muitos idiotas”, acrescentou.


Na quarta-feira, o deputado federal Luis Miranda e o seu irmão Luis Ricardo Fernandes Miranda, que é funcionário do Ministério da Saúde brasileiro, divulgaram a meios de comunicação social que alertaram Bolsonaro pessoalmente sobre supostas irregularidades no contrato de compra da Covaxin, vacina contra o coronavírus desenvolvido pelo laboratório indiano Bharat Biotech.


“No dia 20 de março fui pessoalmente, com o servidor da Saúde, que é meu irmão, e levamos toda a documentação para ele [Bolsonaro]", declarou o deputado Luis Claudio Miranda, ao jornal Folha de S. Paulo.


Em entrevista ao jornal O Globo, Luis Ricardo Fernandes Miranda, funcionário do Ministério da Saúde, confirmou ter-se encontrado pessoalmente com Bolsonaro para denunciar as suspeitas sobre a importação da vacina.


Este responsável contou ter sofrido pressões para aprovar um pagamento suspeito antes de receber o imunizante feito por superiores e Bolsonaro ter-se-á comprometido a encaminhar o caso para a Polícia Federal.


O Governo brasileiro firmou um contrato no valor de 1,6 bilhão de reais para aquisição de 20 milhões de doses desta vacina em 25 de fevereiro, porém, os prazos previstos de entrega do produto estão atrasados e, somente no último dia 04, a Anvisa aprovou a sua importação com restrições.


A aquisição da Covaxin foi a única realizada pelo Governo do Brasil de forma indireta, ou seja, através de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos.


A vacina também tem sido colocada em causa porque foi a mais cara obtida pelo país.


A revelação de indício sobre possíveis irregularidades na aquisição da Covaxin tornou-se foco de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) e também da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, que funciona no Senado.


Segundo a procuradora Luciana Loureiro, que conduziu um inquérito civil público sobre o contrato da Covaxin, há indícios de irregularidades.


Num ofício, a procuradora frisou existir “temeridade do risco” assumido pelo Ministério da Saúde com a contratação relacionada com a Covaxin.


“A omissão de atitudes corretivas da execução do contrato, somada ao histórico de irregularidades que pesa sobre os sócios da empresa Precisa e ao preço elevado pago pelas doses contratadas, em comparação com as demais, torna a situação carecedora de apuração aprofundada, sob duplo aspecto, cível e criminal”, destacou Luciana Loureiro.


Depois das declarações públicas sobre o alegado conhecimento do Presidente brasileiro sobre irregularidades no contrato da Covaxin, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência convocou uma conferência de imprensa na noite de quarta-feira e disse que o Governo solicitou a abertura de um inquérito para investigar "as atividades" do funcionário do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda, além das declarações do seu irmão, o deputado Luis Claudio Miranda.


"O Presidente da República determinou (...) que a Polícia Federal abra uma investigação sobre as declarações do deputado Luis Claudio Miranda, sobre as atividades do seu irmão, funcionário público do Ministério da Saúde, e sobre todas essas circunstâncias expostas", declarou Onyx.


Hoje, dois senadores que são da base do Governo e integram a CPI da covid-19, Jorginho Mello e Marcos Rogério, disseram em conferência de imprensa que Bolsonaro terá avisado ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre esta alegada irregularidade na compra da Covaxin e que o mesmo investigou internamente e não encontrou nenhum problema no contrato.


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