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segunda-feira, 12 de julho de 2021

De “despreparado e desonesto” a “falso e autoritário”

Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha nos dias 7 e 8 de julho, que ouviu 2.074 pessoas, indica que a maioria dos brasileiros considera o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, despreparado, desonesto, indeciso, incompetente, falso, pouco inteligente e autoritário.


por Alfredo Prado



Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha nos dias 7 e 8 de julho, que ouviu 2.074 pessoas, indica que a maioria dos brasileiros considera o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, despreparado, desonesto, indeciso, incompetente, falso, pouco inteligente e autoritário.

Publicada neste domingo (11) pelo jornal Folha de S.Paulo, a pesquisa, como todas as sondagens de opinião, não dá certezas absolutas, mas é um importante indicador para perceber o crescente isolamento político do morador no Palácio do Planalto.

Dia após dia, Bolsonaro vê o potencial eleitorado esfumar-se por entre os dedos e a possibilidade de se reeleger, nos finais de 2022, ficar cada vez mais distante.

De acordo com o instituto Datafolha, 70% dos inquiridos acreditam que há corrupção no governo e 55% afirmam nunca confiar nas declarações do presidente da República.

A pesquisa revela que a maioria dos brasileiros já não vê Bolsonaro, como o via logo que assumiu a presidência, ou seja, o salvador da pátria, que iria combater a corrupção, mas sim como um presidente “despreparado”, “incompetente”, “desonesto”, “pouco inteligente”, “falso”, “indeciso” e “autoritário”.

Os adjetivos, como se percebe, não são propriamente simpáticos a Bolsonaro, o presidente que não só disse que a pandemia de covid-19 não passava de uma gripezinha, que logo passaria, como adotou uma série de medidas contrárias ao conhecimento científico e de atitudes que o responsabilizam por milhares de mortes.

Na atual conjuntura, a erosão política de Bolsonaro deverá continuar a aumentar. Acuado, o presidente da República bolsa impropérios, insultos, e todo o tipo de provocações contra os que se lhe opõem, sejam jornalistas, políticos e adversários, em geral.

A mesma pesquisa indica também que se as eleições presidenciais fossem hoje Bolsonaro teria de deixar o Palácio do Planalto, onde despacha, e o Palácio da Alvorada, onde reside e confabula táticas na tentativa de ser reeleito, o que parece ser a última esperança de escapar aos processos judiciais que provavelmente serão acionados contra ele.

Questionados sobre se Bolsonaro é “autoritário ou democrático”, 66% dos participantes na pesquisa disseram ser autoritário e 28% democrático, enquanto 6% responderam não saber. E se o presidente da República é “preparado” para liderar o país ou “despreparado” , 34% disseram ser preparado e 62% despreparado.

No quesito corrupção, uma das bandeiras da campanha eleitoral que levou Bolsonaro ao Palácio do Planalto, o presidente não se saiu melhor. À pergunta se existe ou não “corrupção” no governo Bolsonaro, 70% afirmaram que “sim”; 23% responderam que “não existe” e 7% disseram “não saber”.

No longo questionário da pesquisa, Bolsonaro não teve qualquer maioria, o que ajuda a compreender a crescente agressividade verbal, uma autêntica verborragia de insultos e ameaças à democracia ao mesmo tempo que procura amarrar as chefias militares, antigas e novas, de pijama e sem pijama, ao seu desastroso e dasastrado governo.

Cada dia que passa, parece mais improvável que Bolsonaro e os seus acólitos consigam reverter a marcha acelerada para o fim. Os pedidos de “impeachment”, no Congresso e nas ruas, tornam-se mais intensos, mas tudo indica que entre os políticos e parlamentares ainda prevalece a aposta no esvaziamento do “bolsonarismo”.

O ex-presidente Lula, sagaz e sempre atento, espera o momento. A pesquisa do Datafolha, publicada na última quinta-feira (8), indica clara vantagem do líder histórico dos petistas sobre Bolsonaro em eventual disputa presidencial. Os supostos crimes de Lula parece não serem empecilho numa nova corrida ao Planalto. Afinal, aumenta a convicção de que ele é o único, apesar de tudo, capaz de impedir, na atual conjuntura, a reeleição de Jair Bolsonaro.

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