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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

RN: doações de sangue caíram 20% com a chegada da pandemia

Em 2020, o déficit de bolsas de sangue foi de 15 mil na comparação com o ano anterior. Queda levou estoque do Hemonorte a níveis críticos e a apelo por mais doações



Com a pandemia, as doações de sangue caíram 20% no Hemocentro do Rio Grande do Norte Dalton Cunha (Hemonorte). Segundo a instituição,  foram coletadas cerca de 50 mil bolsas de sangue em 2019. Já em 2020, primeiro ano da Covid-19 no país, o número de coletas ficou em aproximadamente 35.500. São 15 mil bolsas de sangue a menos para atender pacientes de todos os hospitais públicos do estado e mais os leitos dos planos de saúde cadastrados na instituição. 


No primeiro semestre deste ano, foram 18.500 bolsas coletadas, mas o resultado ainda está longe dos patamares pré-pandemia, o que faz as autoridades de saúde se mobilizarem na busca por mais doadores. 


Para doar sangue, o candidato pode comparecer à sede do Hemonorte, que está localizada na Avenida Almirante Alexandrino de Alencar, número 1.800, bairro Tirol, em Natal. O telefone para contato é o (84) 3232-6701. Além da unidade coordenadora, o hemocentro tem mais quatro polos regionais, que ficam em Mossoró, Caicó, Currais Novos e Pau de Ferros. 


O diretor-geral do Hemonorte, Rodrigo Villar, destaca que o sangue é essencial para o tratamento de inúmeras pessoas portadoras de doenças graves ou que vão passar por procedimentos médicos e cirúrgicos. Ele faz um apelo para que todos os cidadãos potiguares se mobilizem e doem sangue. 


“Você pode ajudar aquelas pessoas enquanto está em bom estado de saúde sabendo que um dia esse mesmo ato será recompensado para você ou para alguém da sua família. Um dia todos nós vamos precisar de sangue, isso faz parte do nosso processo de envelhecimento. É muito mais do que solidariedade, doação de sangue é cidadania e compromisso com a sociedade.”


Neste ano, com o avanço da vacinação contra o coronavírus, o número de doações ultrapassou mais da metade de todas as registradas ao longo do ano passado. No entanto, Rodrigo afirma que o quantitativo não é suficiente para atender a demanda com segurança. Ele afirma que o banco do hemocentro está em níveis críticos e precisa de doações.


“Hoje, temos em torno de 450 bolsas no estoque. O nosso habitual é de variar entre 600 até mil bolsas. Porém, em maio e junho tivemos apenas 200 bolsas no estoque. As tipagens que temos mais bolsas são O positivo e A Positivo. Os outros tipos sanguíneos temos quantidades irrisórias em torno de 10 a 20 bolsas. Então, é um nível bem crítico.”


Segundo o diretor, o Hemonorte possui 81.510 candidatos à doação de medula óssea e 482.278 para doação de sangue. Em relação à doação de hemácias, ele explica que nem 10% desses doadores são regulares. O hemocentro contabiliza, em média, 45 mil doações de sangue ao ano. O número não é suficiente para atender toda a população do Rio Grande do Norte, que já ultrapassa mais de três milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


"Tínhamos uma perspectiva de crescimento no número de doadores, mas essa meta não foi atingida. A nossa esperança é que com a normalização das atividades, o avanço da vacina e as pessoas readquirindo a confiança e perdendo medo em relação a doença [Covid-19], os bancos voltem a ser mais frequentados.”


Exemplo de solidariedade


Flavio Celestino, de 50 anos, mora em Natal e doa plaquetas regularmente para o Hemonorte e um banco de sangue privado do estado. Ele conta que a sua primeira doação aconteceu em maio de 1991. Ao todo, o técnico de manutenção de eletrodomésticos acumula mais de 270 doações de plaquetas. 


Celestino comparece ao hemocentro 12 vezes ao ano e lembra a importância da doação regular para salvar a vida de pacientes que precisam de transfusão sanguínea diariamente. 


“O sangue cientista nenhum no Brasil e no mundo inteiro vai conseguir criar. Todos os dias há paciente no leito do hospital necessitando de uma doação de sangue. Deus me deu o dom de ser doador e me deu saúde. Se pudesse, doaria todos os dias!”


A técnica em enfermagem Zíngara Nascimento, de 23 anos, mora na zona norte de Natal e é doadora de sangue desde os 18 anos. Um dos motivos que motivou Zíngara a se tornar doadora é o seu tipo sanguíneo O positivo, que é considerado doador universal. 


“O meu tipo sanguíneo tem um fator RH que consegue receptar para os demais tipos. Esse é um dos motivos de ser doadora de carteirinha. Além disso, com o tempo, vi o quanto é imprescindível doar, pois, além de dar esperança a quem necessita, com uma única doação consigo salvar até quatro vidas.” 


Para quem ainda não aderiu ao gesto de solidariedade, Zíngara deixa um importante recado. “Não espere que uma pessoa próxima precise. Fique ciente de que o amanhã é incerto, ou seja, talvez um dia você precise e será aquela "pessoa" desconhecida que lhe dará esperança.”


Importância da doação regular


A doação é voluntária e pode beneficiar milhares de pessoas, independente do parentesco. De acordo com o Ministério da Saúde, são realizadas três milhões de doações de sangue por ano na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destaca a importância da doação regular.


“Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E nesse sentido, é importante a doação regular de sangue. Doe sangue regularmente, com a nossa união, a vida se completa.”



Onde doar sangue no Rio Grande do Norte


O Hemonorte possui unidades de coleta em cinco municípios do Rio Grande do Norte.  São eles: Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos e Pau dos Ferros. Procure uma unidade mais próxima da sua cidade e faça a sua doação de sangue e medula óssea. Você pode agendar o dia e horário para doar por telefone ou pelo site do hemocentro. Entretanto, o agendamento é opcional.  Para saber mais informações sobre endereços e horários de funcionamento das unidades, veja o mapa abaixo


Critérios para doação de sangue e medula óssea


De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois o lanche. Isso tudo leva em média 40 minutos.


Vale lembrar que até mesmo quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue e medula óssea. No entanto, é necessário aguardar 30 dias após completa recuperação da doença. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas. Já os vacinados, devem esperar o tempo de imunização que vai depender da marca do imunizante.


Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de 3 meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de 2 meses entre as doações. A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.


Candidatos a doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso. 


Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto. Para saber mais sobre os critérios e restrições para doação de sangue e de medula óssea, acesse o site hemonorte.rn.gov.br. 




Fonte: Brasil 61

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