Sim, e por quê não?
Não há tanto preciosismo em se ser filósofo, trata-se de uma ideia pré-concebida corrente sobre o que é ser filósofo: um velhinho gente boa falando de democracia, coloquei a ironia pelo fato de Sócrates, Platão e Aristóteles nutrirem todas as objeções do mundo à democracia, por sinal a maioria dos filósofos da história foram contrários à democracia; mas o fato é que um analfabeto pode ser filósofo, basta que viva para o pensamento, refletir sobre o seu mundo.
Evidentemente que é praticamente impossível ser um filósofo sem conhecer a obra dos grandes filósofos; por outro lado, dificilmente um diplomado em filosofia se torna filósofo. Imaginemos uma turma de 30 bacharéis em filosofia, jamais os trinta serão filósofos, podem ser professores de filosofia, comentar a obra de alguns filósofos, mas não existe essa disponibilidade toda de pessoas aptas a abdicarem da vida, as pessoas querem diversão e vida comum...
O Olavo era um filósofo. Vivia envolvido pela necessidade de conhecimento, não importa o que fazia com ele, se era bom ou mau filósofo. Tem o lado positivo de ele ser tido como um "cara mal", pelo fato de quebrar de certa forma essas ilusões sobre o que é ser filósofo.
Do outro lado, do grande inimigo do Olavo, o Marxismo, é bem comum que os intelectuais se envolvam em política, se filiem a partidos, isso é horrível para a filosofia, pois, a vida partidária trava a livre reflexão filosófica, mas é explicada por uma tese de Marx sobre Feuerbach: Os filósofos até aqui trataram de interpretar o mundo. O que importa é transformá-lo. Para Heidegger isso seria um manifesto contra a filosofia, e é de fato. Seria como se a concepção do mundo estivesse estável.
O Olavo tem que ser comparado com os intelectuais marxistas. Ele tinha o marxismo como grande inimigo, mas agia como um marxista, usava as mesmas táticas do inimigo, por isso tanta ira causava.


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