por Manuel Castells
As hostilidades na Ucrânia revelam a nova geopolítica. É jogado entre três superpotências. A chave é a relevância das áreas conflituosas para cada uma delas.
A Rússia, alimentada pelo nacionalismo de Putin, quer recontar na ordem mundial apesar de sua frágil base econômica. Para tanto, aumentou seu potencial militar com investimentos tecnológicos consideráveis em aviação, mísseis e guerra cibernética. Por quê a capacidade militar continua a ser o que impõe mais respeito. Nesse sentido, a China possui atualmente as maiores forças armadas e sua frota modernizada pode controlar o Pacífico, vital para a economia mundial.
A grande questão é se a China pode competir com os Estados Unidos em tecnologias críticas. Em particular na inteligência artificial, que já é o núcleo essencial da guerra do século XXI, operada por satélites, mísseis e enxames de drones. Os Estados Unidos e Israel são os maiores produtores de drones militares. A China desenhou um plano de rearmamento que prevê paridade tecnológica com os Estados Unidos em 2049. Mas na aviônica, tanto a Rússia (com o Su-57) quanto a China (com seu J-20) já possuem bombardeiros invisíveis, que superam os F-35 americanos em renovação até 2027. No futuro, o US B-21 será a aeronave mais avançada do mundo, mas não há data para sua implantação. Ou seja, a tendência é de relativa paridade na tecnologia militar e na capacidade de intervenção entre as três potências. Felizmente, eles descartaram um confronto nuclear generalizado. No entanto, eles mantêm forças nucleares estratégicas como uma política de dissuasão.


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