A economia brasileira cresceu entre 4,5% e 5% em 2021, revertendo a queda registada em 2020 devido à crise causada pela pandemia de covid-19, segundo projeções divulgadas hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para analistas de mercado, a economia do gigante sul-americano cresceu 4,5% no ano passado, projeção menos otimista que a do Governo, que calcula que o crescimento de 5% em 2021, enquanto a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) da FGV apontou um crescimento de 4,7%.
O PIB brasileiro caiu 3,9% em 2020, o maior revés em 24 anos, após a indústria e o comércio terem ficado paralisados por vários meses devido às restrições impostas para impedir a propagação do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19.
O resultado do PIB brasileiro do ano passado será divulgado na sexta-feira e, embora seja esperado o anúncio de um notável crescimento face a 2020, a economia do país encerrou 2021 praticamente paralisada.
Analistas estimam que o PIB avançou apenas 0,1% no último trimestre de 2021 face ao terceiro trimestre e cerca de 0,25% na comparação com os últimos três meses de 2020, o que mostra a desaceleração da economia brasileira.
O Brasil foi afetado nos últimos meses pela subida da inflação, que em 2021 atingiu a percentagem mais alta em seis anos (10,06%), e pelas altas taxas de juros, que estão nos seus maiores níveis em cinco anos.
Com o desemprego ainda em alta, o rendimento familiar estagnado e as incertezas geradas pelas eleições presidenciais deste ano, os analistas temem que a economia brasileira sofra uma desaceleração em 2022, quando eles esperam um crescimento de apenas 0,30%.
A situação pode ser agravada pelas consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia, um impacto que se refletirá nos custos de combustível e, consequentemente, no aumento da inflação.
Além disso, a situação no leste da Europa pode resultar em novos aumentos das taxas de juros no país sul-americano, que atualmente se situam em 10,75% - o seu nível mais alto em quase cinco anos - e que já estão a comprometer o crescimento econômico para este ano, reduzindo a margem para a melhoria dos preços e consumo.


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