O discurso de paladino da moral que o Lula fazia na década de 1990 o obrigou a fazer um governo que deu bastante força aos órgãos de controle: escolha do mais votado da lista tríplice da PGR, investimentos na PF, CGU forte, etc, se voltar ao poder colocará o sistema judicial como inimigo e não haverá mais isso, justamente da mesma forma que faz o Bolsonaro.
Por isso o Lula mantém-se neutro diante das acusações de corrupção no atual governo.
Os demagogos não querem mais punir corrupção, sequer manter o discurso de combate, tão marcante nas últimas décadas, querem acusar o sistema judicial de perseguição política.
O Bolsonaro enganou meia nação ao se apropriar do discurso anti-corrupção, preponderante do debate político nacional nos anos 2010. Como todo demagogo faz, mentiu. Instaurou um governo ultra corrupto que institucionalizou a compra de apoios no Congresso através do orçamento secreto. Apontou a artilharia contra o sistema judicial, aparelhou a Polícia Federal, pôs no comando do Ministério Público um aliado que atrapalha todas as operações.
Instaurou-se no seio da República uma luta fratricida dos populismos contra a burocracia judicial. O Lulismo fora apeado do poder devido uma grande operação judicial. O Bolsonaro não conseguiu destruir o Estado de Direito devido a atuação militante do STF.
O grau de nocividade dos dois demagogos é rigorosamente igual. O voto no centro é a marca de civilidade, se queremos um Estado de Direito Liberal, no páreo só resta o Ciro Gomes, que poderia se aliar da Simone Tebet e descrer um pouco das próprias convicções econômicas em nome da civilidade institucional.
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