Dados do Ministério da Saúde revelam que homens representam 95% dos casos da doença no país. Apesar dos dados, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que não se deve cometer os mesmos erros do passado relativos à discriminação
Os dados mais atualizados sobre a varíola dos macacos no Brasil, também chamada de monkeypox, revelam que mais da metade dos infectados (50,7%) afirmam ter relações sexuais com homens. E 42,6% preferiram não informar sobre o comportamento sexual. Do total de 2.833 casos confirmados, 1.124 declaram ter esse comportamento sexual, 75 afirmaram manter relações com mulheres e 74 com homens e mulheres. Outros 946 não informaram.
Os homens representam 95% dos casos em território nacional e a maior parte (93,87%) tem entre 18 e 49 anos. Sobre a orientação sexual, 18,5% afirmaram serem homossexuais e 75,6% não informaram. Em todo o mundo, os dados da Organização Mundial da Saúde apontam que 97,2% dos infectados são homens que fazem sexo com homens. Apesar dos dados, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que não se deve cometer os mesmos erros do passado relativos à discriminação.
“Essas referências feitas a homens que fazem sexo com outros homens é uma constatação tão somente epidemiológica. Já sabemos o que aconteceu na década de 1980 com HIV/Aids. Não é para discriminar as pessoas e, sim, para protegê-las”, disse o ministro em entrevista coletiva na sede do Ministério da Saúde nesta semana.
Em entrevista ao Portal Brasil 61, a Drª Natalia Pasternak, bióloga e pesquisadora da Universidade de Columbia, presidente do Instituto Questão de Ciência, autora e comunicadora científica, afirmou que não há grupo de risco específico para a varíola dos macacos.
"Ela é uma doença contagiosa que passa de pessoa para pessoa, por contato íntimo prolongado. Então, contato de pele: se você abraça, beija, tem contato sexual, qualquer tipo de contato íntimo e prolongado, demorado - não é uma coisa rapidinha -, você pode pegar a varíola símia”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário