A Tia do Zap - Blog A CRÍTICA

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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A Tia do Zap





A sociedade civil tem evoluído. A politização da juventude com homem usando saia ou mulher pintando o cabelo de azul agora atingiu sua categoria antagônica: a Tia do Zap. Hoje em dia no Brasil não há mais nenhum ambiente coletivo onde não haja a tal da tia do zap; semana passada fui ao Banco do Brasil tinha uma na fila discutindo com outra mulher que se dizia usuária de remédio controlado. - A fraude já foi comprovada, dizia a tia, e a outra, autoclassificada como doida, aconselhava, - Temos que aceitar o Lula pelos próximos 4 anos se não quisermos enlouquecer. Vociferava a categórica tia não poder um ladrão assumir a presidência. O Lula cumpre a sina de qualquer pai dos pobres do Brasil, começa no limiar da redenção das massas oprimidas e acaba no mar de lama.


A tia do zap é uma máquina de receber informação, pelo zap... O tempo todo a assistir vídeos da rede informativa bolsonarista a conclamar os patriotas a marcharem em espera do urro redentor das forças armadas. É a idolatria do canhão, a farra do viagra. Depois da derrota do Bolsonaro nas eleições, a tia do zap, aguarda pelas próximas 72 horas, findo este prazo as providências serão tomadas, o capitão tem sua carta na manga, é só esperar a hora ceerta, o prazo de 72 se renova a cada zapeada.


A gente imagina se a tia do zap foi uma rebelde da década de 1970, mulher de minissaia; é de praxe, nada mais reacionário do que um antigo  progressista arrependido, ou desiludido. Talvez não seja, pode ser que a tia do zap fosse alguém que nunca havia se envolvido diretamente com política ao longo da vida e, com a internet, foi atraída feito azougue pelas alucinantes narrativas bolsonaristas, por sinal histeria já causada no Brasil nos anos que antecederam o golpe militar de 1964; Nelson Rodrigues penou com a censura, mesmo ainda sob a égide da Constituição de 1946, inúmeras de suas peças foram proibidas; dos microfones da Rádio Globo Carlos Lacerda colocava Nelson como parte do plano comunista para destruir a família brasileira. Exatamente a destruição da família, tão em voga no memento, se é que ainda tem algo a se destruir... Acho difícil a família ser destruída, é um fardo que todo ser humano foi condenado a carregar, já pensou se o Lula nos livrasse daquele parente veaco que sempre pede dinheiro emprestado porque está em vias de receber uma bolada que nunca aparece.


Como um jovenzinho militante da caquética União da Juventude Socialista do PCdoB, a tia do zap é imparável na militância, nem durante o atendimento da belíssima funcionário do Banco do Brasil, de cabelos cacheados e de nome horrível, consegue tirar o celular da mão. Penso que viver sem celular seria para a tia do zap seria o mesmo que impedir o Galvão Bueno de assistir o jogo do Brasil na final da Copa do Mundo.


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